O Brasil volta ao ranking das 10 maiores economias do mundo

Crescimento do PIB em 1% no primeiro trimestre alçou o país à posição

O Brasil volta ao ranking das 10 maiores economias do mundo

Ao contrário do que previam os pessimistas de plantão, a economia brasileira cresceu 1% no primeiro trimestre do ano. O PIB atingiu R$1,83 trilhão superando a Rússia, Coréia do Sul e Austrália, assim, deixamos a 13ª posição de 2020 e passamos para o 10º lugar. No início do ano chegaram a projetar uma contração de até – 0,5% para a economia no primeiro trimestre.

No Boletim Focus do Banco Central divulgado na primeira segunda feira do ano, dia 07/01/2022, na média, os economistas ouvidos pelo Banco Central projetaram um crescimento de apenas 0,28% para o PIB de 2022, e, agora, diante do crescimento de 1.0%, só no primeiro trimestre, a maioria dos economistas já estão revisando para cima e acreditando em um crescimento de no mínimo 1,5% neste ano. Que diferença!!!!

Puxado pelo setor de serviços, pelo lado da oferta, e, pelo consumo das famílias, pelo lado da demanda. O crescimento poderia ter sido ainda mais vigoroso se não tivéssemos tido, por questões climáticas, quebra na safra da soja, do arroz, do fumo e da mandioca, que fez com que o PIB do setor agropecuário, que geralmente cresce forte no primeiro trimestre, apresentasse uma contração de -0,9%.

O consumo das famílias aumentou 0,7% no trimestre,2,2% em relação ao mesmo trimestre do ano passado, e, 4,6% em um ano, mostrando que apesar dos efeitos da inflação que corrói o poder aquisitivo, a inclusão de mais de 8 milhões de brasileiros no mercado de trabalho de março de 2021 a março de 2022, segundo dados do IBGE, provocou um aumento da renda agregada e consequentemente do consumo.

A taxa de desemprego no Brasil terminou o primeiro trimestre em 11,1% e, terminou abril em 10,5%, a menor desde 2015, sinalizando um comportamento positivo do mercado de trabalho e do consumo também para o segundo trimestre do ano. 

Os números da economia brasileira referentes ao mês de abril, que já foram divulgados, indicam que a economia continuará crescendo no segundo trimestre do ano. A arrecadação da Receita Federal foi recorde histórico para o mês, e, a maior para os quatro primeiros meses do ano desde 2001, início da série histórica. O superavit consolidado das contas públicas foi recorde para um mês de abril e chegou a R$38,9 bilhões.

O processo de ajuste monetário está próximo do fim e mesmo com todo o ciclo de alta da SELIC que passou de 2% a.a. em março de 2021 para 12,75%a.a. hoje, e, que pode chegar a 13,75% a.a., a atividade econômica está acima dos níveis pre pandemia. O desempenho do setor de serviços que responde por 70% na formação do PIB, até março, segundo dados do IBGE, mostrava o setor trabalhando 7,2% acima dos níveis de fevereiro de 2020, e, apenas 4,0% abaixo do recorde histórico atingido em novembro de 2014.

As vendas ao varejo operavam 2,1% acima do período pre pandemia, e, apenas a indústria, setor que mais sofreu com a falta de insumos e componentes em razão dos desarranjos das cadeias produtivas em função dos lockdowns do Covid-19, e, agora da guerra Rússia x Ucrânia, operava  -1,5% abaixo do período pre pandemia.

Resumo da ópera: temos um Banco Central independente e trabalhando no controle da inflação, ao contrário de vários países do mundo que estão no início do ciclo de ajuste monetário. O Brasil parece ter passado pelo pico inflacionário e caminha para o processo de estabilização e queda da inflação. O setor produtivo segue protagonizando o crescimento econômico enquanto o governo segue fazendo entregas da melhoria de ambiente de negócios e de gestão.

O processo de privatização da Eletrobrás está em curso e as contas públicas bem geridas. Se mantivermos esse modelo que nos entregou um PIB de 1% no primeiro trimestre, apesar da pandemia, da guerra Rússia x Ucrânia e da inflação global, pior efeito colateral desses eventos, caminharemos a passos largos para escalarmos no ranking das 10 maiores potências econômicas do planeta.

Rita Mundim é economista, mestre em Administração e especialista em Mercado de Capitais e em Ciências Contábeis

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