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O cansaço que não se deve ignorar: uma conversa com Tonico

Ao entrar no consultório, seu Tonico desabafou: “Mal consigo dar conta do dia. A idade tá chegando! ”. O motivo? Uma caminhada até a escola do neto o deixava cansado. “Fico bufando, como se tivesse ido do Pará à Chapada, a pé”.

O cansaço, muitas vezes subestimado, é um sinal de alerta. Pode significar fadiga, exaustão, desânimo, falta de ar, fraqueza e tantas outras sensações. É sorrateiro. Geralmente, é a ponta do iceberg, escondendo doenças com diferentes graus de gravidade como anemia, depressão, apneia, enfisema, insuficiência cardíaca, hipertensão, arritmia, embolia, ansiedade, sedentarismo, doenças da tireoide, lúpus, hipovitaminose, diabetes, cirrose, câncer. Identificar sua origem é fundamental!

Pernas inchadas, travesseiros altos para dormir e despertares na madrugada, com falta de ar. Tudo indica que seu Tonico sofre “do coração”. Perguntas precisas são essenciais para um diagnóstico correto. Na avaliação clínica, é necessário saber o que procurar. Alguns exames ajudam a esclarecer as causas e a guiar os tratamentos de forma segura, mas é preciso saber quais vão cumprir bem esse papel. Em excesso, atrapalham.

Ele precisa ser tratado imediatamente. Adaptações na rotina diária, reabilitação, medicamentos, visita ao especialista, quando indicado. É preciso acompanhá-lo de perto. Hoje, há vários tratamentos que reduzem a mortalidade, a internação e as limitações provocadas pela insuficiência cardíaca, uma das causas do cansaço do seu Tonico. O maior desafio é fazer o diagnóstico em tempo hábil para evitar as complicações.

Os sintomas sorrateiros, silenciosos, são facilmente negligenciados, atribuídos injustamente “à idade” ou a qualquer outro fator pouco relevante para a sua proporção. O ignorado se torna invisível. O médico clínico, especializado, é uma peça chave na clareza desses cenários e no tratamento com ênfase em qualidade de vida.

 

O conteúdo expresso é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.

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