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O filme do Brasileirão 2009 parece se repetir, para desespero dos atleticanos…

Brasileirão 2009

A boa atuação de Keno não foi suficiente para evitar o tropeço do Atlético. Foto: Atlético/Twitter

O Campeonato Brasileiro de 2020 acaba de finalizar a sua 24ª rodada e o cenário está totalmente indefinido. Tamanho equilíbrio e imprevisibilidade nos remete ao Brasileirão 2009, um dos mais disputados dos pontos corridos, cujo campeão, Flamengo, só foi conhecido na última rodada. Mas esta coincidência é péssima para uma torcida, em específico: a do Atlético.

Assim como há 11 anos atrás, o Galo largou bem na disputa, assumiu a liderança, mas vê seu desempenho cair durante o decorrer das rodadas. Em 2009, a equipe comandada por Diego Tardelli não pôde se contentar nem com uma vaga na Libertadores. Até os rivais na corrida pelo título são praticamente os mesmos: São Paulo, Flamengo, Internacional e Palmeiras. O único “intrometido” é o Grêmio, oitavo colocado naquele ano.

Em 2020, o filme ameaça se repetir. O último suspiro daquela equipe imponente, agressiva e intensa que havia chegado à liderança foi na 20ª rodada, quando goleou o Flamengo por 4 a 0 no Mineirão. Desde então, a rotina tem sido de tropeços e atuações não convincentes. Pontos perdidos contra Athletico-PR e o remendado Inter em casa, além do Ceará fora, fazem muita diferença lá na frente.

É difícil medir até onde essa pressão pelos 49 anos sem um título do Brasileirão impacta no psicológico do time. Acontece? Claro que acontece, mas usar apenas essa justificativa é esconder falhas cruciais que ocorrem dentro de campo. O sistema defensivo atleticano, por exemplo, continua muito falho. O Galo tem se mostrado pouco agressivo na marcação e a lentidão dos seus zagueiros é um entrave para as linhas altas utilizadas por Sampaoli.

Ontem também ficou clara a importância de Jair para a equipe. Peça-chave do meio campo, o volante não atuou contra o Colorado e, não só fez falta na marcação, como também deixou a saída de bola falha. A escolha de Sampaoli por acrescentar mais um zagueiro ao invés de trocá-lo por outro meio-campista se mostrou ruim.

Entre decisões equivocadas, falhas individuais e problemas com a covid-19, o Atlético está vendo mais uma briga pelo título brasileiro ir por água abaixo. Para o estrago não ser maior, que pelo menos a vaga na Libertadores seja garantida ao final da disputa. Se for para repetir o roteiro de 2009, um final menos melancólico já seria suficiente.

Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.

O conteúdo expresso é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.

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