Desde a última semana, a DeFato iniciou uma série de vídeos com os relatos das pessoas que estão na linha de frente de combate ao coronavírus em Itabira. A população não esperava a rápida subida no número de infectados, mas os profissionais de saúde do Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD) já aguardavam por esse quadro há algum tempo.
Com o colapso do sistema de saúde, Itabira vem assistindo a um crescimento maciço de lotação em Unidades de Terapia Intensiva (UTI’s) e enfermarias, acúmulo de pacientes em filas de espera por leitos, muitas mortes e profissionais esgotados.
O portal DeFato vem conversando com algumas das pessoas que se dedicam diariamente a amenizar a dor de quem contrai a Covid-19. Assim, coletamos depoimentos de diversos profissionais que atuam na linha de frente do combate ao coronavírus.
Hoje, é possível assistir a mais um desses depoimentos, o da psicóloga clínica, de 25 anos, Ingridy Pessoa. Ela está no HNSD há cerca de cinco meses, lidando diretamente com os pacientes com diagnóstico positivo para coronavírus, bem como seus familiares.
“Não é fácil, mas a psicologia dentro de mim disse para eu aceitar essa missão. É uma maneira de levar um atendimento humanizado para essas pessoas que estão sofrendo. Essa é uma missão linda: atender esses pacientes, dar acolhimento quando eles mais precisam”, conta a profissional.
Ingridy explica que nunca se imaginou dentro de um ambiente hospitalar tratando pacientes com Covid. “Tento amenizar o sofrimento de quem não entende o que está acontecendo, de quem não consegue lidar com a doença e começa a ter esse medo da morte. Não é apenas o paciente diagnosticado, atualmente, eu auxilio a família inteira”.
A psicóloga cita que, entre as maiores angústias dos pacientes estão o medo de não mais estar vivo e o sentimento de culpa de ter passado a doença para outra pessoa. “Fico muito triste em ver que as pessoas ainda acham que a Covid é só uma gripezinha. Eu sei que está muito difícil, mas o hospital não tem mais como suportar tanta gente. As vagas acabaram. Meu maior medo é ver as pessoas morrendo… a gente precisa muito que a população nos ajude”, finaliza.
Assista, agora, ao relato completo e angustiante de Ingridy Pessoa.