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O impacto da exposição às telas no desenvolvimento e crescimento infanto-juvenil

Foto: Júlia Souza/DeFato

As crianças crescem familiarizadas com as tecnologias usando-as para brincar, aprender e comunicar. A tecnologia faz parte de suas vidas, podendo alterar padrões de pensamento e a forma como aprendem. Crianças em idades cada vez menores têm tido acesso a esses equipamentos, algumas vezes para que possam “ficar quietinhas”, e essa distração passiva vem suprimindo e difere do brincar ativamente, que é importante para essa fase de  desenvolvimento.

Toda a infância e adolescência são importantes para o desenvolvimento cerebral e mental, nessa fase que há o amadurecimento de diferentes estruturas cerebrais; que são estimuladas através da nutrição, contato familiar e contato sensorial; que não podem ser substituídos pelas telas.

É perceptível o atraso no desenvolvimento da fala e linguagem de bebês expostos, passivamente, às telas por longos períodos de tempo. Transtornos do sono são frequentes em crianças submetidas excessivamente, em uma fase onde é extremamente importante um sono de qualidade para a boa produção de hormônios necessários para o adequado
crescimento.

A luz das telas bloqueiam a produção de melatonina, que dificultam a qualidade do sono e com isso aumentam os pesadelos e, consequentemente, aumentam a sonolência diurna que levam a problemas de memória e concentração, havendo uma grande associação aos transtornos de déficit de atenção e hiperatividade.

A obesidade e sobrepeso são outras consequências frequentes. As crianças ficam mais sedentárias e aumentam o consumo de alimentos hipercalóricos. Alguns acabam por se tornar mais introspectivos, gerando uma dificuldade de relacionamento interpessoal fora dos meios tecnológicos. Essas são algumas das consequências da exposição prolongada às telas que podem repercutir por toda a vida da criança e adolescente.

Para que o uso de aparelhos como celulares, tablets, computadores e televisores sejam menos prejudiciais, devemos evitar a exposição de crianças menores de dois anos a eles. Para as crianças com idades entre 2 e 5 anos, o uso deve ser limitado ao tempo máximo de um hora por dia. Para quem tem entre 6 e 10 anos, o tempo pode ser de uma a duas horas diárias. Vale ressaltar a importância da supervisão de um responsável.

No caso de adolescentes, com idades entre 11 e 18 anos, o tempo de uso das telas e jogos pode variar entre duas e três horas por dia e nunca deixar “virar a noite” jogando. Além disso, não permitir que as crianças e adolescentes fiquem isolados nos quartos e estimular o uso nos locais comuns da casa também é benéfico. E para todas as idades: nada de telas durante as refeições e desconectar cerca de duas horas antes de dormir.

Dra. Elisa Codeço Novaes Vitor é pediatra. CRM/MG 57.842 / RQE 40415

O conteúdo expresso neste espaço é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.

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