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O intenso troca-troca é a mais expressiva realização do governo Marco Antônio Lage

Campanha eleitoral começa nesta sexta-feira: quatro disputam a Prefeitura de Itabira e 220 tentam a Câmara de Vereadores

Foto: Prefeitura de Itabira/Divulgação

O atual prefeito de Itabira despencou de paraquedas na pólis. O político neófito caiu suavemente no terceiro andar da sede do Executivo. Antes, perambulou pelas ruas amparado em eficientes muletas eleitorais. O homem era (ou ainda é) um ilustre desconhecido. Marco Lage se apresentou como a encarnação da modernidade. E encantou a maioria do eleitorado.

 

O cara (e ele é “o cara”) garantiu que tiraria Itabira do seu “atraso milenar”. E, realmente, o imperador de Ipoema apresentou extraordinárias novidades para a administração pública itabirana. Uma delas é o modelo “Ata” de licitação. Uma inovação acima de “qualquer suspeita”.  Uma cereja do bolo, porém, colocaria o município em patamar superior. Aqui se fala da implantação do gerenciamento de excelência – um padrão do primeiro mundo, talvez de outro planeta. 

E Lage avançou ainda mais na sua ousadia. No auge da campanha eleitoral, prometeu um metrô para os seus súditos. Esse “trem” seria a grande recompensa pelo triunfo nas urnas. E o governo do outro mundo já completou três anos. O tempo – como se vê – anda mais rápido que um bólido sobre trilhos (ou na velocidade de um metrô, caso prefiram). E o que o novo/velho governo mostrou para a população? Até agora, persiste o característico sofisma desse mandarim de ocasião. Muita lengalenga e pouca ação. Um papo muito furado jogado a esmo ao vento.  

Há dois anos – logo no início do mandato – um internauta aproveitou uma live para fazer a previsível pergunta ao todo poderoso da cidade. Cadê o nosso metrô? Indagou o incauto espectador. E o chefe do Executivo, com a imensa cara-de-pau que Deus lhe deu, respondeu sem pestanejar: “Já estamos trabalhando no projeto. Em breve, nossa querida terra ganhará o tão sonhado e merecido metrô”, afiançou o cidadão de Turim. Mas o sonho utópico descarrilhou nos trilhos da mentira e embromação.

A revolucionária gestão se transformou no pesadelo de uma noite de verão. O “moderníssimo” gerenciamento da Prefeitura de Itabira é uma nova Conceição de Cauby Peixoto: “ninguém sabe, ninguém viu”. A administração Marco Antônio Lage é um misto de incompetência com amadorismo. A política itabirana, com certeza, pariu um péssimo gestor da coisa pública. 

Mas, como assim? O nosso herói não foi respeitável executivo de uma grande transnacional? Nada a ver. Não confunda alhos com bugalhos. O sujeito nunca teve experiência em administração pública ou privada. Veja bem. O Diretor de Comunicação da Fiat Automóveis não participa das decisões gerenciais da montadora. E mais. Esse profissional não entende nada do processo de produção de veículos. Conclusão lógica: o currículo de Marco nunca foi garantia de êxito na gestão do município.  

E qual a principal comprovação de fracasso do novo (antigo) prefeito de Itabira? A reposta é um acerto na mosca. As excessivas alterações no secretariado são clara demonstração de inapetência (ou indigência administrativa). Nunca se viu nada igual na história da terra do Poeta Maior. Marco Lage promoveu 40 mudanças em sua equipe, nos últimos três anos. É fantástico e isso a Globo não mostra. Um exemplo emblemático. A Secretaria de Governo – uma pasta chave – teve cinco titulares nesse período.   

A dança das cadeiras é um recorde em Itabira. Ou melhor, em Minas Gerais. Pensando bem – e é só pesquisar – não há município brasileiro com tanta quantidade de mexidas de primeiro escalão em apenas um mandato. Conclusão: o monumental troca-troca é a maior façanha do Governo Marco Antônio Lage até então. Essa “proeza” hercúlea é fruto de natural incompetência nas escolhas. Um fiasco gerencial.

PS1: Marco Antônio Lage é o Jorge Sampaoli de Mato Dentro. Muita agitação, teatro, mímica e firulas. Tudo isso pra nada.

PS2: Diretor de Comunicação de montadoras de veículos e Assessores de Comunicação de Prefeituras não passam de camelôs institucionais. São uma espécie de muambeiros profissionais. Eu sei muito bem disso.

Fernando Silva é jornalista e escreve sobre política em DeFato Online.

O conteúdo expresso é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato

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