O Missal Romano é o livro por excelência que a igreja utiliza para celebrar a Santa Missa. Ele serve para ser manuseado todas as vezes que tem celebração, para que o sacerdote ou o bispo possa conduzir todas as orações necessárias, em todos os tempos do ano litúrgico.
A igreja, no Brasil, está utilizando a 3ª Edição do Missal Romano, aprovada pela Santa Sé, após 19 anos de trabalho da CNBB, através da Comissão Episcopal para a Liturgia e da Comissão para a Tradução dos Textos Litúrgicos. O Missal conservou a Tradição onde o povo de Deus encontrará as instruções e as orações necessárias para a celebração do Mistério que atualiza e conserva a nossa fé.
A jornada começou após a promulgação, em 2002, pelo Papa João Paulo II, da nova edição típica. Segundo o presidente da CNBB, Dom Jaime Spengler, “é um longo processo marcado pela colaboração de muitas pessoas especializadas em diferentes áreas. Não se trata simplesmente de fazer uma tradução por uma tradução, é necessário ter elementos de métrica como poesia e musicalidade. E aqui, contamos com muitas mãos para se chegar no que está sendo entregue na Igreja do Brasil”.
O Missal Romano é o segundo livro litúrgico mais importante da liturgia da Igreja. Sendo o Evangeliário o primeiro livro de grande importância. Fundamentado na Palavra de Deus, o Missal é o conjunto daqueles textos nos quais a Igreja reconhece sua fé e se identifica. Compreendido como norma das palavras (textos) e norma dos gestos (rito) é testemunha da relação entre o que se reza e o que se crê. Desse modo, é a oração que indica a justa maneira de crer e vivê-la.
O Missal traz as leituras próprias, com as orações que o celebrante deve utilizar na Celebração Eucarística. Ele é dividido em partes: Ritos Iniciais (Saudação, Ato Penitencial, Glória e a Coleta), Liturgia da Palavra (Leituras Bíblicas e o Credo), Liturgia Eucarística (Preparação das Oferendas, Prefácio e a Consagração), Rito da Comunhão e os Ritos Finais.
No Missal revivemos o mistério de Cristo dentro de cada Tempo Litúrgico: Tempo Comum, Advento/Natal e Quaresma/Páscoa. A função do Missal é organizar a Liturgia praticada pela Igreja em todo mundo. Desta maneira, os fiéis entram em comunhão, união e sintonia e vivem o mistério de Cristo celebrado na liturgia da Igreja.
Para além da organização, a tarefa do Missal, hoje, é favorecer aos cristãos que compreendam melhor o que se diz e o que se faz na ação litúrgica. Que compreendam a fé celebrada e vivida na Igreja.
O Missal como livro de oração é um instrumento essencial para restabelecer aquela autêntica relação hoje rompida, sobretudo nas últimas gerações, entre o que se reza, o que se conhece e o que se vive. Para a qualidade da fé, pede-se uma autêntica relação entre o que a liturgia transmite e o que o cristão vive.
Entre as novidades, estão: formulários completos para as Missas feriais do Tempo do Advento e do Tempo da Páscoa; a Missa da Vigília da Epifania do Senhor; 12 novos prefácios no Ordinário da Missa; revisão da tradução das Orações Eucarísticas; atualização no Ato Penitencial e a inclusão dos Santos brasileiros no “Próprio dos Santos”.
Portanto, posso afirmar com toda certeza, que o Missal é considerado o livro que nos ensina a orar e que é um instrumento ou meio que possibilita essa proximidade de Deus.
Padre Hideraldo Verissimo Vieira é pároco na Paróquia São João Batista – João XXIII, em Itabira, e licenciado em Filosofia pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), com especialização em Ensino Religioso pela PUC Minas.
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