De acordo com Sterling, alguns vírus preferem uma umidade relativa alta, enquanto outros preferem uma umidade baixa, portanto, há uma faixa de umidade média entre 50% e 70% em que a população viral é mínima. As atuais transformações climáticas estão desestabilizando as temperaturas e umidades ideais, favorecendo a sobrevivência do vírus.
Embora não seja realisticamente possível mudar o clima global em curto prazo, mudar a umidade e a temperatura internas em locais de trabalho, escolas, e hospitais, especialmente em unidades de terapia intensiva, pode ser uma estratégia preventiva e terapêutica válida para reduzir infecções respiratórias.
Segundo Gamerrera et al. o nariz representa o primeiro contato com patógenos inalados e é o órgão alvo da SARS-CoV-2, devido à presença de receptores para o vírus na rinofaringe. A região anterior do nariz e as conchas nasais regulam a temperatura e a umidade do ar inalado para que este chegue em boas condições até os pulmões, além disso, o muco nasal pode prevenir infecções respiratórias, evitando que aerossóis contaminados cheguem até as vias aéreas inferiores.
O ressecamento das mucosas do nariz e da garganta nos idosos poderiam explicar a maior vulnerabilidade aos vírus nessa faixa etária. Isso ocorre devido efeitos degenerativos do envelhecimento, com redução da vascularização e inervação local e menor produção de muco.
Essas especulações enfatizam a importância de se preservar um bom funcionamento nasal no preparo do ar inalado antes de chegar aos pulmões. Fatores como tabagismo, uso constante de descongestionantes nasais e a falta da lavagem nasal diária, reduzem a umidade do nariz e podem ser fatores predisponentes à infecção viral.
Em caso de dúvidas, procure o otorrinolaringologista!
Ana Luiza Lage é Otorrinolaringologista e atende na Clínica Quality Especialidades Médicas (Avenida Carlos Drummond Andrade, 51, salas 422 a 427, Centro) Telefones: 2840 0656/ 2840 0657.
O texto de Ana Luiza Lage integra a coluna Embaixadores da Saúde. O conteúdo expresso é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.