Durante a pré-temporada, costumamos ouvir, com certa frequência, alguém esbravejando: “Estaduais não valem nada!”. Mas será que não valem mesmo? Para Atlético e América, que iniciam a disputa pelo título mineiro no dia 8 de março, significaria dar a confiança necessária para dois projetos em reconstrução.
Do lado do Coelho, um time que se renovou do campo ao banco. Sai a experiência de nomes como Juninho, Moisés e Éder, entra a vitalidade de Cauan Barros, Miqueias, Figueiredo, Fabinho e outros jovens atletas.
Desta forma, o igualmente jovem William Batista montou uma equipe intensa, organizada e muito consciente do que fazer em campo. Levantar a taça do Mineiro seria combustível fundamental para o Coelho lutar pelo acesso à Série A, mas não significaria que está tudo certo. A Série B é dura e exige muito em todos os aspectos, principalmente o físico.
Do outro lado, temos o favorito. Amplamente soberano em terras mineiras há muitos anos, o Atlético também vive um momento de transição. De time das estrelas nos últimos anos, hoje possui um elenco mais “operário”, centrado na figura de Hulk.
Há, claro, outros talentos individuais importantes. Scarpa, Arana, Cuello (muito bem desde a chegada ao clube), mas é o atacante paraibano quem resolve as coisas.
Sua presença, por si só, já eleva o favoritismo do Atlético, mas soma-se a isso o desempenho avassalador contra o América nos últimos anos, a rotina de títulos e finais vivida recentemente por boa parte do elenco e, claro, os valores individuais de cada time.
Ganhar o Campeonato Mineiro significaria ao Atlético chegar em paz no Campeonato Brasileiro, onde este elenco será verdadeiramente posto à prova.
Portanto, não deixe se enganar. Assim como qualquer outro título, o Estadual também possui seu valor. Pelo menos durante uma semana, até ser iniciada a parte mais importante da temporada.
Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.
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