A terça-feira (2) marcou o cenário político de Itabira com as prisões do vereador Weverton Júlio de Freitas Limões “Nenzinho” (PMN) e do diretor administrativo da Câmara, pastor Aílton Francisco de Moraes. Confira o que há de informações sobre o caso até o momento:
Quando foi?
Nenzinho e pastor Ailton foram presos logo pela manhã da terça-feira, 2 de julho. Eles foram detidos em suas respectivas casas e encaminhados para a Delegacia de Polícia Civil.
Por quê?
De acordo com a Polícia Civil, os dois são investigados desde 2018. A suspeita é de que eles se apropriavam de parte dos salários de servidores da Câmara de Itabira, crime popularmente chamado de “rachadinha”. Segundo o delegado regional Helton Cota, a prisão preventiva foi necessária porque Nenzinho e pastor Aílton estariam coagindo testemunhas, obrigando-as a sustentarem suas versões perante os investigadores.
Ainda de acordo com a PC, vereador e diretor poderão ser indiciados nos crimes previstos nos artigos 316 (concussão) e 288 (associação criminosa). O primeiro tem pena de 2 a 12 anos de prisão, além de multa; o segundo, pena de 4 a 8 anos de prisão.
+ Veja explicações da Polícia Civil!
O que é a rachadinha?
Crime que ficou mais conhecido no Brasil após grande operação da Polícia Federal na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), no ano passado, a “rachadinha” é a prática na qual agentes políticos ficam com parte dos salários de servidores, na maioria das vezes, indicados por eles próprios. O funcionário saca o dinheiro e depois devolvem um montante.
Dependendo do modus operante do crime, pode configurar peculato, concussão ou lavagem de dinheiro.
Em Minas Gerais, o caso mais emblemático até então aconteceu na Câmara de Ipatinga, onde seis vereadores e três assessores foram presos acusados por esse tipo de conduta. Pelo mesmo crime, também houve prisão de um vereador em Belo Horizonte.
Onde estão?
Nenzinho e pastor Ailton foram levados para o presídio de Itabira ainda nessa terça-feira, onde passaram a primeira noite após serem detidos.
Eles ficarão presos, pelo menos, por 10 dias, que é o prazo que a Polícia Civil tem para concluir o inquérito. Poderão sair antes caso os advogados consigam os habeas corpus.
O que dizem?
Ainda na delegacia, o vereador Nenzinho concedeu entrevista à imprensa e negou praticar a rachadinha. Ele disse que nunca foi ouvido pela Polícia Civil e que não sabia o motivo de sua prisão. O parlamentar ainda afirmou que é vítima de calúnias promovidas por ex-funcionários que ficaram magoados por terem sido demitidos de seus gabinetes.
A defesa do pastor Aílton ainda não se pronunciou.
+ Leia aqui sobre a defesa de Nenzinho!
Repercussões
Na Câmara, o presidente Heraldo Noronha (PTB) admitiu que as prisões desgastam a imagem do Legislativo de Itabira. Ele, no entanto, tratou de desvincular os possíveis crimes da estrutura da Casa, dizendo não ser possível saber o que um parlamentar faz em seu gabinete.
+ Veja sobre a primeira entrevista de Heraldo!
Heraldo também anunciou a exoneração do pastor Aílton da função de diretor administrativo. Segundo ele, a decisão valerá, pelo menos, enquanto as investigações continuarem por parte da Polícia Civil.
+ Heraldo fala sobre exoneração do diretor da Câmara!
Outro que se manifestou sobre as prisões foi o primeiro secretário da Câmara, André Viana (Podemos). Para ele, as acusações contra Nenzinho deverão ser analisadas pela Comissão de Ética da Casa.
+ Leia entrevista de André Viana sobre o caso!
Mais investigados?
O delegado Helton Cota afirmou em entrevista à imprensa que a Polícia Civil não investiga outros vereadores ou servidores da Câmara de Itabira por rachadinha. No entanto, ele não descartou que as prisões de Nenzinho e pastor Aílton estimulem novas denúncias caso a prática da rachadinha tenha acontecido em outro gabinete.