Em apenas uma semana de distanciamento social, convivemos com uma enxurrada de informações e opiniões.
Uma pessoa tentou pular da janela do apartamento. Um sujeito correu da sua esposa. Um homem saiu pra comprar cigarros e nunca mais voltou.
Apareceram médicos de todas as áreas para opinar sobre infectologia. Alguns políticos cobraram a reabertura de todas as atividades comerciais. Outros preferiram uma volta à normalidade de forma mais lenta e gradual. Parte significativa do distanciamento social abraçou o “Fiquem em casa”.
O receituário de remédios, então, nem se fale: tome esse medicamento, siga essa prescrição. Isso pode, aquilo não é permitido. Os idosos são os mais sensíveis? Os adultos “atletas” nada sofre com a pandemia? As crianças são resistentes? Elas não terão problemas se forem contaminadas pelo covid 19?
Para muitos, esse cenário é uma ótima oportunidade para a promoção pessoal. A maioria da população, porém, vivencia uma noite de pesadelos. O pânico causado pela possibilidade da morte é bastante real.
Um grande número de cidadãos prega a solidariedade. Outro tanto prefere responsabilizar as autoridades. Há ainda aqueles que, no exercício da mais notável ignorância, compram e estocam respiradores só para usá-los em caso de necessidade. É mole?!
E, assim, destaca-se a caricatura da humanidade em sua mais dura faceta.
Diante de tantos palpites, opiniões, contextos e formatos diversos, nada mais importante que a procura pelo “Ponto Médio”.
Nessas horas, além do respeito, prevalece a virtude do reconhecimento de nossas limitações humanas. É imprescindível a orientação de especialistas em propagação de doenças contagiosas, além da prevenção. Essa é a nobre missão dos profissionais da infectologia.
Você, que tem problemas em seus olhos, faz o devido tratamento levando-se em consideração as orientações de um oftalmologista ou de psiquiatras?
O seu cachorro doente será atendido por arquitetos ou veterinários?
A política é a arte de governar, liderar e influenciar, mas, o mais importante é a reponsabilidade de iluminação da opinião popular. A orientação das atitudes da sociedade é fundamental.
A economia é a arte da estruturação dos recursos destinados ao bem estar social.
A ciência estuda os problemas sociais, em busca de soluções práticas.
Estamos diante do protagonismo desses três importantes segmentos da vida em sociedade.
Onde estará o ponto médio?
Gustavo Milânio é advogado e chefe de gabinete da Presidência do TCE/MG
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