Oposição protocola nesta segunda-feira (9), no Senado, o pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), será o responsável por dar andamento ou não ao processo.
Pacheco não sinaliza o andamento do processo contra Moraes, aumentando ainda mais a tensão entre o Legislativo e o eleitorado bolsonarista, que em manifestação na tarde de sábado (8), na Avenida Paulista, teve como pauta principal o impeachment de Alexandre de Moraes.
A iniciativa do movimento na Paulista foi do pastor Silas Malafaia, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro e motivada, principalmente, após publicações de mensagens de assessores do ministro da Corte Suprema que comprovaram Moraes agindo fora do rito tradicional de pedido de serviços como forma de embasar ações contra aliados de Bolsonaro.
Outro foco no evento da Avenida Paulista foram críticas a Moraes por decisões recentes como a suspensão da plataforma X no Brasil.
Durante o evento, Bolsonaro pediu ao Senado que pusesse um freio nas atitudes de Moraes, acusando-o de agir fora dos limites constitucionais.
“O Senado Federal precisa por um freio em Alexandre de Moraes, que está fazendo mais mal ao Brasil do que o próprio Lula”.
Na oportunidade, parlamentares da oposição recolheram assinaturas em apoio ao pedido do impeachment, que será apresentado por iniciativa popular.
Além da pressão contra Moraes, a oposição tem como meta obstruir votações no Congresso, já a partir da próxima semana, protestando contra a censura e abusos de autoridade praticados monocraticamente pelo ministro.
No entanto, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, não se mostra disposto a pautar o processo, criticando a forma de pressão feita pelos parlamentares de oposição.
Em recente agenda em Belo Horizonte, Pacheco disse que os parlamentares não quiseram tratar sobre a limitação dos poderes dos ministros do Supremo em momento oportuno.
“Esses mesmos que pedem, agora, o impeachment de ministro se calaram durante oito meses após eu ter aprovado, no Senado Federal, essas PEC das decisões monocráticas do Supremo, como se pretendesse não a solução do problema de limitar poderes institucionais, mas pretendem a lacração de rede social, ao engajamento de rede social pautado no desequilíbrio e em medidas de ruptura”.
Em Brasília, durante o desfile de 7 de Setembro, pela manhã, mesmo dia em que à tarde haveria a manifestação na Avenida Paulista, Alexandre de Moraes, Rodrigo Pacheco, Luís Roberto Barroso (presidente do STF) e o presidente Luíz Inácio Lula da Silva, estiveram juntos ocupando a primeira fila na tribuna de honra, numa clara sinalização pública de aliança entre os Três Poderes.
* Fonte: O Tempo