Site icon DeFato Online

Os clubes brasileiros deveriam abandonar a Libertadores

Libertadores

Torcedor do Boca preso por injúrias raciais na Libertadores. Ele foi solto após pagamento de fiança. Foto: EFE/Fernando Bizerra

Já virou rotina. Em mais um confronto entre Brasil e Argentina na Libertadores, presenciamos injúrias raciais contra torcedores brasileiros. Em um novo Corinthians e Boca Juniors, desta vez realizado em Buenos Aires, na noite de ontem (17).

Há algumas semanas, foram quatro casos na mesma rodada, em jogos do Flamengo, RB Bragantino, Palmeiras e o próprio Corinthians. Na maioria das vezes, o “modus operandi” é o mesmo. Sons e gestos imitando um macaco, como se nos vissem como primitivos.

Diante da apatia da Conmebol, das forças policiais e dos torcedores que presenciam as injúrias, os clubes brasileiros deveriam tomar uma posição radical: abandonar a Libertadores. Afinal, o principal torneio do continente precisa dos clubes tanto quanto eles precisam da competição.

Além do prejuízo financeiro e técnico, já que os três últimos campeões foram brasileiros, deixaria um recado. É inacreditável a bola continuar rolando como se isso fosse parte do jogo. Racismo não pode virar provocação.

Mas sei que este cenário é uma utopia. Embora sejam as vítimas em grande parte dos casos, os clubes brasileiros se limitam a notas de repúdio. Tratam de maneira protocolar a dor de quem faz tudo por eles.

Diante disso, fica difícil acreditar que algo vai mudar. Meu temor é começarmos a aceitar que o racismo é intrínseco à Libertadores.

Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.

O conteúdo expresso é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.

Exit mobile version