* Matéria veiculada na edição 80 do jornal Cidades Mineradoras, da DeFato
O Carnaval de Ouro Preto sempre arrastou multidões pelas ladeiras históricas da cidade. Conhecido como um dos melhores do país, o evento também é considerado a maior folia universitária do Brasil. Blocos de rua, festas de república, shows, bandas, arte e diversidade, anualmente, abrilhantam a festa ouro-pretana de forma tão mágica, que quem vai uma vez sempre quer voltar.
Foi o que aconteceu com a jornalista Mariani Barbosa. “Meu primeiro carnaval em Ouro Preto foi em 2015. E foi diferente de tudo que eu já tinha vivido! Em Araxá, de onde eu sou, a comemoração é menor e mais simples”, contou.
Só que esse ano, Marianni não pôde voltar. Com a pandemia da Covid-19, a folia precisou dar espaço à segurança. Contudo, a tradicional festa ouro-pretana não poderia passar em branco.
Buscando levar aos espectadores a essência do evento, bem como apoiar artistas locais, diversos atores da folia em Ouro Preto criaram uma forma diferente de ‘foliar’. A festa on-line “Beleza Pura – 2021” presenteou o público com inúmeras atrações: lives com samba enredo, vídeos relembrando blocos de rua e universitários, exposições e concursos moldaram o Carnaval 2021 na cidade.
O superintendente de comunicação da Prefeitura de Ouro Preto, Filipe Lage, informou que o evento priorizou dar voz à comunidade local. “Buscamos valorizar os artistas da cidade. Também fizemos uma trilha gastronômica em parceria com restaurantes do município e divulgamos nas redes sociais”.
Com a nova proposta, Mariani e outros foliões, mesmo que de longe, puderam matar saudades do evento. Mas, o desejo pelo presencial persiste. Pensando nisso, a prefeitura não descarta realizar um carnaval fora de época.
“Caso as condições sanitárias nos permitam, pretendemos realizar em setembro um carnaval de rua chamado ‘Carnaval dos Independentes’. Mas, só se for seguro à população”, relatou Filipe.
E não há dúvidas de que muitos foliões ouro-pretanos estão torcendo para que tudo dê certo. Pelo menos é o que disse a jornalista e historiadora Carmem Guimarães. “O show on-line é nobre, valoriza os artistas, mas também é melancólico. Quero ir para as ruas”, disse