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Outubro rosa, novembro azul e a psicologia

Câncer outubro rosa novembro azul

Após o setembro amarelo, temos pela frente outros dois meses coloridos: o outubro rosa e o novembro azul. Eles chamam nossa atenção à prevenção do câncer, uma doença que a cada ano acomete mais pessoas e que traz consigo muitas ideias e fantasias. O câncer tem sido a doença que é mais associada à morte – talvez atualmente tenha perdido um pouco deste lugar para o Covid-19. No entanto, ter um diagnóstico de câncer não quer dizer que se vá morrer por isto, e é neste sentido que as campanhas existem nestes meses.

Meios de comunicação, profissionais de saúde, empresas, escolas, instituições, todos se mobilizam para realizar campanhas de prevenção. Podemos nos questionar como prevenir e qual a utilidade da prevenção de uma doença tão temida. A resposta é clara: quanto mais cedo for diagnosticado, maior é a chance de tratamento, tanto para o câncer de mama e o câncer de colo de útero, quanto para o câncer de próstata. Fazemos todo este movimento de conscientização para evitar chegar em um ponto onde não há mais cura.

Tentamos ir contra às ideias prontas sobre a doença, contra os preconceitos que a envolvem. Ainda há gente que crê que procurar um médico é bobeira, ou só o procura em casos em que a dor é extrema, isto é, quando a doença já poderá estar bastante avançada. Pode-se pensar também que o diagnóstico de câncer vai resultar necessariamente em morte, fazendo com que a pessoa não queira buscar ajuda. A cada ano, desenvolvem-se melhores e mais eficazes tratamentos, que estão auxiliando cada vez mais os pacientes.

E o que a psicologia tem a ver com isto? Receber um diagnóstico de uma doença que envolve tanto temor quanto o câncer gera efeitos em nosso psiquismo. Chegam a nós questões que nunca antes havíamos pensado, como a possibilidade de morte e aspectos sobre o futuro. Novas e importantes limitações provavelmente acontecerão no campo do trabalho, da alimentação, dos exercícios físicos. Não só o corpo passa por mudanças, a vida toda terá que se readaptar à nova situação. O psicólogo não atua diretamente no sintoma causado pela doença, mas sim em todo o sofrimento que pode advir dele.

Arthur Kelles Andrade é psicólogo, mestrando em Estudos Psicanalíticos

O conteúdo expresso neste espaço é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.

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