Alvo de crítica do Papa Francisco há quase de 10 anos atrás, em 2016, quando disse que “ele não era cristão”, por querer construir um muro na fronteira com o México, Donald Trump, mais uma vez, recebe a ira de Francisco, que classificou de “uma desgraça” o seu plano de deportação em massa.
A manifestação se deu no domingo (19), um dia antes de enviar felicitações a Trump pela posse, ocasião em que desejou que os Estados Unidos se mantenham como “uma terra de oportunidades para todos”, enfatizando o apelo por uma sociedade mais justa.
“Inspirado pelos ideais da nação, terra de oportunidades e de acolhimento para todos, minha esperança é que, sob sua liderança, o povo americano prospere e sempre se esforce para construir uma sociedade mais justa, onde não haja espaço para o ódio, a discriminação ou a exclusão. Enquanto nossa família humana enfrenta inúmeros desafios, sem mencionar o flagelo da guerra, peço a Deus que guie seus esforços na promoção da paz e da reconciliação entre os povos”.
Questionado sobre o plano de deportação em massa, o Papa disse que “os pobres que não têm nada pagam a conta. Isso não vai funcionar”.
A mensagem foi divulgada pelo Vaticano.
As falas de Francisco encontram eco entre líderes religiosos dos EUA com apoio de bispos americanos contra a medida.
“Incompatíveis com a doutrina católica,” assim se manifestou o arcebispo de Washington, cardeal Robert McElroy.
Também o cardeal de Chicago, Blasé Cupich teceu duros comentários à proposta de Trump, que segundo ele, “são profundamente perturbadores.,” embora concorde que os governos têm o dever de proteger suas fronteiras e comunidades.
Francisco nasceu e cresceu na Argentina, filho de uma família de imigrantes italianos e tem se posicionado em defesa dos migrantes, pedindo que os governos acolham, protejam e integrem, dentro de suas possibilidades.
* Fonte: Exame