Há quase dois anos no Fortaleza, Juan Pablo Vojvoda é, hoje, um dos treinadores mais cobiçados do futebol brasileiro. E não por acaso. Sem contar com elencos milionários e orçamentos robustos, o argentino levou o Leão a duas Libertadores seguidas, disputa inédita para o clube nordestino até este ano. Além disso, já foram dois títulos cearenses e uma Copa do Nordeste sob o comando da agremiação. Por conta disso, surgem vários times interessados em Vojvoda, mas a missão não parece tão simples.
Mesmo com o assédio de Vasco, Atlético-MG, Corinthians e outros clubes, as notícias mais recentes apontam uma permanência do técnico no Fortaleza. Confirmada a continuidade do trabalho, considero este um movimento histórico do futebol brasileiro.
Ao optar por seguir no Leão do Pici, Vojvoda deixaria um claro recado aos demais clubes: atualmente, apenas a camisa não é importante. Todos os times citados acima, uns mais, outros menos, vem de uma série de escolhas questionáveis nos últimos anos. Salários atrasados, enormes endividamentos, estruturas ruins, trocas constantes de treinadores… todos eles enfrentaram problemas do tipo.
Já Vojvoda conta com uma estabilidade pouco usual no futebol brasileiro. Nem o péssimo primeiro turno do Brasileirão deste ano foi capaz de ameaçar seu cargo. O resultado da confiança no trabalho foi uma nova classificação à Libertadores.
Obviamente, o técnico argentino levaria isso em conta caso seguisse no Leão. Mas para além disso, permanecer no Fortaleza significaria continuar contando com um clube bem estruturado, que paga em dia, com uma filosofia de trabalho bem definida e um elenco montado a dedo.
Uma realidade que já foi presente em vários times brasileiros, mas hoje é exceção. Aliás, uma delas é justamente o Fortaleza.
Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.
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