Aos 172 anos, Itabira carrega em seu colo personagens muito importantes à sua história. São muitas as personalidades que contribuem com a narrativa da cidade. Algumas dessas figuras são: Major Lage e Maricas Magalhães.
Major Lage
Filho de Francisco da Costa Lage e de Senhorinha Maria Clara de Andrade, Joaquim da Costa Lage, Major Lage, nasceu em Itabira no dia 6 de novembro de 1977. Veio de família rica, mas recusava ócio. Revelou capacidade de preparar os parentes para a conquista da independência econômica e os escravos para a aquisição das Cartas de Alforria. Colaborou na exploração das jazidas do Cauê, Conceição, Esmeril, Espigão e Sant’Ana.
Político, considerava a atividade própria para com ela exercer a cidadania e prestação de serviços à coletividade. Antes de tornar-se vereador de primeira Câmara Municipal de Itabira, foi o primeiro representante de sua terra natal na Câmara de Caeté, nos tempos da Vila de Itabira do Mato Dentro, ao lado de outro vereador, Major Paulo José de Souza. Com a emancipação, exerceu o segundo mandato de agente administrativo ou presidente da Câmara, função que correspondia à de prefeito, de 1838 a 1844. Major Lage recebeu a comenda da Ordem de Cristo. Caçador de bicho bravo de ouro, embrenhou-se nas florestas do Mato Dentro. Casou-se com Maria Antônia Cândida de Jesus. Morreu em Itabira no dia 15 de outubro de 1857.
Maricas Magalhães
Maria Barbara de Magalhães nasceu em Sabará, em 4 de dezembro de 1878, filha de José Custódio de Magalhães e de Maria Horácia de Lima. Com 17 anos, diplomou-se professora na Escola Normal da cidade, quando foi nomeada para lecionar em Itabira.
Como haviam muitas dificuldades no ensino na época, Maricas abriu uma sala de aula em sua própria residência. Só alguns anos depois, em 1907, o governo do estado construiria o primeiro grupo escolar na cidade.
Consta que em 1886, o imperador Dom Pedro II visitou Sabará. Ela tinha 8 anos de idade. Na sala de aula de Maricas, ele dirigiu-se a ela e perguntou: “Quem é Deus?”. Ela imediatamente respondeu: “Deus é um espirito perfeitíssimo, criador do céu e da terra”. O imperador a deu um abraço logo em seguida.
Em Itabira, a professora Dona Maricas Magalhães, como era conhecida, casou-se com Minervino Bethônico, escrivão de Justiça, com quem teve 4 filhos. Amiga da leitura, conhecia bem o francês e o latim. Itabira guarda seu nome na Escola Estadual Maricas Magalhães. Aos 76 anos de idade, em 28 de agosto, faleceu em Itabira.