A série Personagens itabiranos, busca resgatar a história de personagens que há séculos contribuem com a história de Itabira. Além de relembrar e reviver um passado de lutas, apreciar o presente com alegria e acreditar um futuro de realizações. São muitas as personalidades que protagonizam o enredo e a memória do município. Nas narrativas de hoje: Mestre Zeca Amâncio e José Assunção de Carvalho
Mestre Zeca Amâncio
Uma trajetória de vida direcionada à educação e à arte musical. Filho de Joaquim Amâncio Ferreira e de Rita e Cássia de Oliveira, Mestre Zeca Amâncio nasceu em Itabira em 9 de julho de 1862. Formou-se em Farmácia em Ouro Preto e passou a trabalhar em São José da Lagoa, hoje Nova Era. Voltou à Itabira, onde dava aulas particulares de música e também preparava rapazes para exames em escolas mais avançadas. Tornou-se professor primário em 1891 e, em 1907, passou a lecionar no Grupo Escolar Dr. Carvalho de Brito (hoje, Escola Municipal Coronel José Batista), indicado pelo diretor Mestre Emilio Pereira de Magalhães.
Casou-se com Adelaide Rodrigues Pereira, com quem teve cinco filhos. E com Alice Martins com quem teve mais duas filhas. Regeu a Banda Euterpe Itabirana e contribuiu para a preservação desse patrimônio cultural que encanta a todos até hoje quando se apresenta. Itabira prestou-lhe merecida homenagem ao batizar com o seu nome um dos mais tradicionais estabelecimentos de ensino da cidade: a Escola Estadual Mestre Zeca Amâncio (Eemza). Morreu em 19 de maio de 1913. Legado: amor a arte musical e a instrução.
José Assunção de Carvalho
Arte com simplicidade, sem rodeio. Foi o que o pintor José Assunção de Carvalho quis dizer com a sua vigorosa obra multicor e de traços simples. Certa vez, perguntado sobre estilo, rejeitou de imediato o lado teórico: “Eu só pinto, os outros dão nomes”. Nasceu em Gandra, área rural de São Domingos do Prata, em 15 de agosto de 1911. Viveu 17 anos em Nova Era e, depois de morar em outras cidades, fixou-se em Itabira definitivamente em 1978. Foi mascate, fabricou peças de montaria (argolas, cincerros, esporas), trabalhou com capina, bar e torrefação de café, foi barbeiro por três décadas, tropeiro e teve breve passagem pelos quadros da Vale, na qual trabalhou como apontador,
Morreu em 4 de janeiro de 2003, com 50 anos dedicados á pintura e 91 de idade. Retratou o mundo dele: igrejas, anjos, presépios, procissões, bandas, sobrados, congados, circo, ciganos, parques e crianças a empina papagaios e a brincar de roda. Casou-se com Maria Mendes, com quem teve cinco filhos.