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Pesquisadores encontram crânio de golfinho gigante na Amazônia

Pesquisadores encontram crânio de golfinho gigante na Amazônia

Foto: Jaime Bran/Divulgação

Os maiores golfinhos odontocetos (da família cetáceos com dentes) de água doce do mundo viveram na Amazônia durante a época do Mioceno, entre 23 milhões e 5,3 milhões de anos atrás. O Pebanista yacurun media entre 2,8 metros e 3,5 metros, enquanto os maiores golfinhos de rio, hoje, chegam a, no máximo, 2,5 metros.

Pesquisadores de várias partes do mundo encontraram o crânio da nova espécie no lado peruano da Amazônia, no Rio Napo, em 2018. A mandíbula do golfinho era longa e robusta, com grandes dentes. O estudo foi publicado na revista Science Advance.

A fauna na região era bastante rica, com ampla variedade de peixes, tartarugas e crocodilos, além de pequenos e grandes mamíferos. Outra razão que explica o tamanho de gigante do Pebanista yacuruna é a falta de competição e de predadores diretos.

Foto: Serviço de Alfândega e Proteção de Fronteiras

Esses golfinhos não eram os únicos gigantes da região. Durante o Mioceno, outros animais de grande porte também habitaram a região da Amazônia, como peixes e crocodilos.

O nome yacuruna dado a espécie faz referência a uma criatura mística aquática da Amazônia peruana. O Pebanista yacuruna é o parente mais próximo dos dois golfinhos existentes do gênero Platonista, também de água doce. Ambos vivem na Ásia. Um deles é o Platanista gangetica, que fica no Rio Ganges, e o outro chamado de P. minor, que habita o Rio Indus.

As três espécies tem características morfológicas similares, que indicam um estágio de transição entre o habitat marinho e de água doce.

Os dois gêneros compartilham parentes marinhos da família Platanistidae, que era bastante diversa e se espalhava por várias partes do mundo.

A família viveu seu pico de distribuição durante o início do Mioceno, quando o planeta esfriou. Mas o aumento do nível do mar, bem como a chegada de outras espécies competidoras fez com que esses animais ficassem restritos à água doce. Os registros fósseis dos Platanistidae, no entanto, são raros, um dos fatores que dificulta o mapeamento da evolução histórica do gênero Platonista.

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