A uma semana das eleições na Venezuela, pesquisas de diversos institutos do país indicam que, se a população comparecer em volume às urnas, o candidato de oposição ao atual presidente, Nicolás Maduro, o chanceler Edmundo González poderá sair vitorioso ao Palácio de Miraflores.
Paira no ar, no entanto, uma crescente tensão caso a oposição vença maduro, no poder há 11 anos. Em recente comício, Maduro sugeriu que o país pode enfrentar um cenário de “banho de sangue” e “guerra civil”, caso ele não seja reeleito no pleito do próximo dia 28 de julho.
Os institutos Datincorp, Delphos e Meganálisis indicam que o diplomata González tem cerca de 60% da preferência dos eleitores, enquanto o presidente tem 25% das intenções de voto.
Outro dado importante nas pesquisas é a constatação de que aproximadamente 70% da população pretende ir às urnas. O número é alto, considerando que o voto na Venezuela não é obrigatório.
Na segunda-feira (22), o presidente Luiz Inácio lula da Silva (PT), pediu que Maduro respeite o processo democrático, assim como o resultado da eleição, seja qual for.
O presidente brasileiro, em entrevista a agências internacionais, afirmou ter ficado chocado com a declaração do seu colega venezuelano sobre o possível “banho de sangue “caso perca as eleições.
“Quem perde as eleições toma um banho de voto. O Maduro tem que aprender, quando você ganha, você fica; quando você perde, você vai embora. Eu estou torcendo que isso aconteça para o bem da Venezuela, para o bem da América do Sul”, disse Lula.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim será enviado para acompanhar o processo eleitoral no país vizinho. Lula disse que vai conversar com o Legislativo para que o Poder também envie observadores à Venezuela.
Lula disse que já falou por duas ocasiões com Maduro que a única chance de a Venezuela voltar à normalidade é tendo um processo eleitoral que seja respeitado em todo o mundo.
“Se o Maduro quiser contribuir para resolver a volta do crescimento da Venezuela e estabelecer um Estado de crescimento econômico, ele tem que respeitar o processo democrático”.