Pimentel diz receber com estranheza a aceitação do pedido de impeachment pela ALMG
O pedido foi feito por um cidadão, o advogado Mariel Marley Marra, que acusa o governador de ter cometido crime de responsabilidade
O presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Adalclever Lopes (MDB), acatou nessa quinta-feira, 26 de abril, pedido de impeachment do governador do estado, Fernando Pimentel (PT). O pedido foi feito por um cidadão, o advogado Mariel Marley Marra, que acusa o governador de ter cometido crime de responsabilidade.
Adalclever Lopes também determinou a formação de uma Comissão Especial para analisar o pedido. A comissão será formada por deputados indicados pelos líderes da casa e vai debater as acusações contra Pimentel para, então, decidir se o processo será apresentado e votado no plenário da casa. De acordo com a assessoria de imprensa da Assembleia, não há prazo definido para a instalação da Comissão.
No pedido de impeachment, o advogado Mariel Marley Marra argumenta que o governador petista teria cometido crime de responsabilidade pelo atraso e parcelamento de repasses do governo estadual para pagar salários de servidores estaduais, prefeituras, Assembleia e Judiciário. Caso o processo seja aprovado pelo Plenário, Pimentel pode ser afastado do cargo.
Defesa
O líder do governo na ALMG, Durval Ângelo (PT), afirmou que “não vai ter golpe” em Minas Gerais e que o governo recebeu a notícia “com muita surpresa, porque o estado herdou uma herança terrível, com um déficit de quase R$ 8 bilhões” e sempre houve um bom relacionamento entre o PT e o MDB no estado. O deputado também alegou que os pagamentos do governo estão sendo honrados.
Ângelo defendeu ainda que a peça aceita não tem consistência e que será derrubada na Comissão Especial que será criada. “Vamos conseguir arquivar esse processo na Comissão, com toda certeza e vamos conseguir restabelecer essa boa relação do presidente da Assembleia com o governador. Já tivemos uma experiência terrível de golpe em Brasília e aquele que promoveu o golpe em Brasília hoje se tornou pó, enquanto aquela que sofreu o impeachment está disparada em todas as pesquisas.”, disse.
Em nota, o governo de Minas afirmou que viu com estranheza a aceitação do pedido de impeachment, ao qual chamou de “inconsistente e sem sustentação jurídica”. O Executivo, no entanto, disse reconhecer que esta é uma prerrogativa dos parlamentares mineiros, e que confia que os deputados “saberão analisar o caso com a prudência necessária, respeitando rito e regras próprios estabelecidos pelo regimento interno da Assembleia Legislativa”.
“Dadas as graves crises financeira e político-institucional por que passa o país e a proximidade das eleições, não é momento para aventuras políticas que coloquem em risco a estabilidade conquistada em Minas Gerais. A concertação e o diálogo construídos até aqui entre as instituições estaduais continuam sendo o caminho mais seguro para a superação de qualquer divergência”, defendeu o governo mineiro.