Reagindo às críticas recebidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que fez uma analogia entre os ataques de Israel à Faixa de Gaza contra o grupo terrorista Hamas e a política nazista que ceifou mais de 6 milhões de vidas de judeus durante a 2ª Guerra Mundial, o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, Paulo Pimenta, procurou minimizar a fala do presidente brasileiro em Adis Abeba, na Etiópia, no último domingo (18), durante reunião anual de 55 nações da União Africana.
A fala de Lula gerou grande repercussão negativa mundo afora e foi criticada por políticos, entidades da sociedade civil e diversas autoridades estrangeiras.
Em seu perfil no X (antigo Twitter), Pimenta disse: “O ministro da Defesa de Israel [Yoav Gallant] divulga uma fake news. O Brasil sempre, desde 7 de outubro, condenou os ataques terroristas do Hamas em todos os fóruns”.
O ministro da defesa de Israel divulga uma fake news. O Brasil sempre, desde 7 de outubro, condenou os ataques terrorista do Hamas em todos os fóruns. Nossa solidariedade é com a população civil de Gaza, que está sofrendo por atos que não cometeram. Já são mais de 10 mil…
— Paulo Pimenta (@Pimenta13Br) February 18, 2024
Fala que não não condiz com os fatos, pois o Planalto evitou críticas ao Hamas no dia do ataque extremista a Israel, e só o fez algum tempo depois, após muita cobrança por parlamentares brasileiros e autoridades de outros países. No primeiro dia de novembro, o petista falou em ataques terroristas e condenou a ação, sem mencionar o grupo Hamas, conforme se pode ver abaixo:
“O Brasil não poupará esforços para eviitar a escalada do conflito, inclusive na Presidência do Conselho de Segurança da ONU.Conclamo a comunidade internacional a trabalhar para que se retomem imediatamente negociações que conduzam a uma solução do conflito que garanta a existência de um Estado Palestino econômicamente viável, convidando pacificamente com Israel denntro de fronteiras seguras para ambos os lados”, publicou Lula em seu perfil.
Conib
A Confederação Israelita do Brasil (Conib) também se manifestou sobre o caso e afirmou no domingo (18) que o governo brasileiro “vem adotando uma postura extrema e desequilibrada” em relação à guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas.
Segundo a Conib, “a posição reflete um abandono da tradição de equilíbrio e busca de diálogo da política externa brasileira”.
Ainda na nota, a Conib manifesta repúdio dizendo que “os nazistas exterminaram 6 milhões de judeus indefesos na Europa somente por serem judeus e que, por outro lado, Israel está se defendendo de um grupo terrorista que invadiu o país e matou mais de 1.000 pessoas, promoveu estupros em massa e queimou pessoas vivas”.
A entidade conclui a nota pedindo “moderação aos dirigentes para que a trágica violência no Oriente Médio não atinja o Brasil”.