A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou, na última quinta-feira (23), a operação Pyramid Fall para cumprimento de nove mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva em Belo Horizonte. O objetivo foi recolher materiais para apurar um esquema de pirâmide financeira organizado por um homem, ex-policial militar, que já vitimou mais de 400 pessoas, causando prejuízo de aproximadamente R$ 45 milhões.
O investigado não foi localizado durante a operação e há informações de que tenha fugido para fora do país. Ele está com mandado de prisão preventiva em aberto e segue sendo procurado. Segundo as investigações, conduzidas pela 3ª Delegacia Especializada em Investigação de Fraudes — vinculada ao Departamento Estadual de Combate à Corrupção e a Fraudes (Deccof) —, o suspeito convenceu as vítimas a investirem em sua empresa do ramo de trader e depois fugiu com o dinheiro delas.
O delegado Marlon Pacheco, responsável pelas apurações, explica que os investidores são em grande parte dos meios de convivência do ex-militar, envolvendo conhecidos do trabalho e da igreja que ele frequentava. “Para convencê-los, o suspeito dizia que a empresa estava indo bem, além de exibir uma vida de luxo, sempre em posse de carros de altíssimo valor, relógios de marca e ostentações em reuniões com jantares de aparatos vultosos”, detalha.
O chefe da Divisão Especializada de Combate à Corrupção, Investigação a Fraudes e Crimes Contra a Ordem Tributária, delegado Eric Brandão, alerta que golpes dessa natureza têm se tornado cada vez mais constantes e não são apenas pessoas sem conhecimento na área financeira que se tornam vítimas. “Infelizmente a promessa de lucros muito altos atrai muita gente, e os esquemas de pirâmide financeira, assim, se ampliam. Contudo, é importante que a população esteja atenta a essas supostas margens de lucro que vão muito além das praticadas pelo mercado”, recomenda o delegado, observando que muitas das vítimas são pessoas bem estabelecidas economicamente.
Segundo Marlon Pacheco, a PCMG irá realizar contato com a Polícia Federal para cadastramento do mandado de prisão do foragido na Interpol para seu cumprimento fora do Brasil, e os materiais apreendidos nas buscas ajudarão a elucidar melhor a dinâmica criminosa, que envolve os delitos de estelionato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. As penas, somadas, podem chegar a quase 20 anos de prisão.
As investigações continuam para apurar o envolvimento de outras pessoas no esquema criminoso.