Um policial militar reformado, de 52 anos, da cidade de Ibirité, em Minas Gerais, matou, no último sábado (9), em Guarapari, no Espírito Santo, um cão da raça Golden Retriever, de três anos, de nome Churros. Iasmin Lima, tutora do animal, disse que caminhava em uma rua da Praia do Morro com seus irmãos de 9 e 12 anos e sua filha de 1 ano, quando Churros, que estava solto, latiu e pulou sobre o policial, que imediatamente sacou uma arma de fogo e disse que ia matar o cachorro.
“Todos imploraram, mas as crianças foram as que mais pediram pelo amor de Deus para ele não fazer nada, para não atirar. Mas ele continuou com a arma apontada para nossa direção, nos intimidando, correndo um grande risco de atirar novamente, tanto que meu primeiro ato foi tirar as crianças dali”, contou Iasmin Lima.
Depois de atirar, o policial fugiu sem prestar socorro. O cachorro chegou a ser levado a uma clínica veterinária, mas não resistiu aos ferimentos e acabou morrendo. “Mandei minha irmã correr na frente e saí andando na rua em direção à casa do meu pai, a dois quarteirões dali, para chamá-lo e levar Churros ao veterinário. Eu estava com um bebê de 1 ano no carrinho e andando devagar porque o Churros estava debilitado. Meu marido ficou no local para tentar olhar para onde o cara ia”, relatou Iasmin Lima.
A Polícia Militar do Espírito Santo (PMES), acionada pela família, localizou o autor dos disparos e o conduziu à 5ª Delegacia Regional de Guarapari. Em depoimento ao delegado de plantão, o policial mineiro reformado afirmou ter atirado para se defender do ataque do animal.
Iasmin afirmou, em sua rede social, que “quer que a justiça seja feita. Infelizmente, não tem como trazer o Churros de volta, por causa do ato inconsequente, da falta de responsabilidade dele (PM), portando uma arma sem a menor condição psicológica para isso, pela frieza e rápida atitude que ele teve. Ele deixou as crianças com o emocional muito abalado, com medo, tristes e desoladas com a falta do nosso bebezão, que era a alegria da casa. Ele precisa pagar pelo que fez”.
Churros foi cremado. “Estamos muito abalados e queríamos guardar os bons momentos com ele”, disse Iasmin.
A Polícia Civil capixaba, em nota, disse que o militar mineiro foi autuado em fragrante por maus-tratos aos animais e encaminhado para o Centro de Detenção Provisória de Guarapari, onde passou por audiência de custódia, teve a arma recolhida e foi liberado.
A tutora do animal assinou um termo circunstanciado por “não guardar com a devida cautela animal perigoso”, sendo liberada após assumir comparecer quando intimada em juízo.
Por ser um crime considerado comum e não militar, a investigação ficará a cargo da polícia capixaba.