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Por maior protagonismo feminino, mulheres participam de curso de formação política na Câmara de Itabira

Foto: Guilherme Guerra/Defato

Desde 1833 e entre os 58 presidentes da sua história, somente duas mulheres presidiram a Câmara Municipal de Itabira. De forma emblemática, neste fim de semana, o plenário do Legislativo itabirano foi ocupado por dezenas de mulheres que participaram do Curso de Formação Política promovido pela Escola do Legislativo, buscando discutir e promover a maior participação delas nos espaços de poder e de decisão política.

Apesar das discussões sobre o silenciamento e apagamento de pautas, o desprestígio na sociedade e partidos políticos – como por exemplo, no uso de candidaturas laranjas – e demais entraves que dificultam a participação da mulher, as participantes do curso optaram por levantar outros debates como, os direitos das mulheres, o sistema partidário e marketing político. Além disso, as discussões também se voltaram para as demais esferas da vida política, que não estão ligadas a cargos ou mandatos públicos. 

Ao fundo da foto, a galeria de presidentes da Câmara de Itabira, majoritariamente masculina. Foto: Guilherme Guerra/Defato

O evento começou na noite de ontem (22), com o painel “As relações de poder e a participação das mulheres e outras minorias na política no decorrer dos tempos”, comandado por Bruno Siqueira – advogado e mestre em Direito. Logo após. Letícia Serra – advogada, mestre em Direito e professora – levantou a discussão sobre “Sistema de Governo e organização dos poderes”. 

No sábado, Blenda Guimarães – que também é advogada, mestre em Direito e professora – iniciou o segundo dia do evento abordando a “Evolução do Direito das Mulheres”. Logo após, a advogada especialista em Direito e professora, Anna Karolina Ribeiro, abordou sobre “Sistema partidário: Ingresso e fidelidade partidária”. Ainda durante o encontro Rosilene  Felix, advogada, vereadora e pré-candidata à prefeita de Itabira, promoveu um debate sobre “Exercício do mandato: atuação e fiscalização”. Finalizando o encontro, Ana Benevides, publicitária e assessora política, encerrou a formação com o painel: “Entendendo o marketing político, seus desafios e oportunidades na Era Digital”. 

O intuito da formação foi proporcionar às participantes noções básicas de política, direito eleitoral e cidadania para mulheres compreenderem de forma crítica o processo político, desde a pré-campanha até o exercício de um mandato eletivo. Sem a intenção de esgotar o conhecimento nas áreas, o evento também buscou fortalecer o debate e gerar consciência crítica nas participantes. De acordo com Ana Luiza Torres Lage Silva, diretora da Escola do Legislativo, a iniciativa busca trazer mais mulheres para o mundo político. “O objetivo é trazer mais mulheres para esse meio, tirar dúvidas, estabelecer questões eleitorais, principalmente por se tratar de um ano eleitoral”. 

Presidente da Escola do Legislativo, a vereadora Rosilene Félix, relembrou que coincidentemente, em 1932, na mesma data do segundo dia da formação (24 de fevereiro), às mulheres brasileiras conquistaram o direito de votar. O voto feminino no Brasil foi  incorporado à Constituição de 1934, mas era facultativo, e somente em 1965, tornou-se obrigatório, sendo equiparado ao dos homens

“É uma data emblemática para nós mulheres que queremos atuar como protagonistas na vida pública. Esse curso vem para capacitar as mulheres para estarem na disputa eleitoral, para estarem assessorando outras mulheres que querem estar na disputa eleitoral, porque a nossa participação não precisa ser no mandato, mas a mulher precisa estar na frente desse processo. Essa nossa iniciativa foi para engajar mulheres, para que elas participem como protagonistas, tanto nos processos eleitorais, como candidatas, quanto nos bastidores, ajudando a decidir a vida da nossa cidade”.

 

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