Site icon DeFato Online

Precisamos de pontes e não de muros

A cultura do "cancelamento"

Caros amigos e leitores, vivenciamos nesses últimos dias a renovação de nossa esperança com a aprovação da Aanvisa para o uso de duas vacinas no combate a Covid-19. Claro que isso não significa relaxar nos cuidados, como uso de mascaras, higienização das mãos, distanciamento não realizando nenhum tipo de aglomeração, pois são esses os cuidados básicos e necessários até que tenha o “controle” total dessa terrível pandemia.

[link]

Desde o começo da pandemia o que mais se ouve pedir é o distanciamento social. Ficarmos isolados, quem poderia um dia imaginar isso, logo nós, e principalmente mineiros, que temos a necessidade de se encontrar, reunir, confraternizar, de se tocar, e até mesmo chorarmos juntos, de uma hora para outra pensando num bem maior precisamos tomar essa medida.

Quando tive a Covid-19 no mês de julho do ano passado, comecei a partir do isolamento a imaginar e refletir que para nós esse distanciamento é algo novo, às vezes quase insuportável, mas você já parou pra pensar quantos vivem um eterno isolamento e distanciamento social?

Quantos irmãos nossos padecem dia e noite numa solidão sem fim dentro das suas casas, os anônimos que perambulam pelas estradas da vida, os enfermos em seus leitos de dores? Os abandonados ou esquecidos na velhice por seus entes, crianças e moradores de rua? Ou os muros até mesmo dentro de nossas casas, num distanciamento e esfriamento nas nossas relações familiares?

Há tantos outros que já nos separavam, por meio das discriminações de todos os tipos, d desigualdade social, da violência e intolerância….

O Papa Francisco antes da pandemia dizia: “Rezemos a fim de que, com a ajuda do Senhor e a colaboração de todos os homens de boa vontade, se difunda sempre mais uma cultura do encontro, capaz de derrubar todos os muros que ainda dividem o mundo, e não mais aconteça que pessoas inocentes sejam perseguidas e até mesmo mortas por causa de seu credo e de sua religião. Onde há um muro, há fechamento de coração! Precisamos de pontes, não de muros!”.

E hoje mais do que nunca sentimos falta dessa ponte que nos aproxima, dessa ponte que nos une. Acredito que, estejamos sentindo falta do abraço, do beijo, do aperto de mão, de nossas comemorações. Enfim, a pandemia criou um muro temporário entre nós, mas esse muro temporário nos ajuda a refletir que antes da pandemia já existiam muitos outros muros.

Rezemos pela eficácia dessas vacinas, que não sejam usadas como um troféu politico para esse ou aquele, não sejamos negacionistas nesse momento tão importante que estamos vivendo e tenhamos a mesma coragem do leproso do evangelho de São Marcos, que vivia um distanciamento imposto por causa do preconceito em relação a sua doença, mas ao ver Jesus, sentiu que não havia mais muros de discriminação, somente a ponte da misericórdia e ao aproximar – de Jesus disse: “Se queres, tens o poder de curar-me”. Jesus, cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele, e disse: “Eu quero: fica curado!” No mesmo instante, a lepra desapareceu, e ele ficou curado.”

Continuemos nos cuidando, para em breve podermos, curados nos abraçar e celebrar a alegria da vitória e romper esse grande muro que estamos vivendo. Saúde e paz

Padre Anderson Ferreira Teixeira é colunista da DeFato Online.

O conteúdo expresso é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.

Exit mobile version