A prefeita de Juiz de Fora, na Zona da Mata Mineira, Margarida Salomão (PT), adquiriu de cooperativa ligada ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MTST), 19 mil quilos de arroz orgânico para a merenda escolar da rede municipal. Com preços muito acima da média, cada pacote de 5k do cereal custou aos cofres públicos R$ 43,06 — totalizando R$ 818.140,00.
As informações constam do Portal da Transparência e o caso está sendo alvo de críticas por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e da oposição. Em vídeo publicado nas redes sociais, o deputado estadual Isauro Calais (PL) chama a aquisição de “absurda”.
“Aqui em Juiz de Fora você encontra arroz com preço infinitamente mais barato”, e exibe sobre uma mesa pacotes de arroz ao custo de R$ 18,99 e R$ 21,98. Questionada pela reportagem de O Tempo, a prefeito Margarida Salomão disse que a “aquisição do arroz orgânico se deu em conformidade com os processos licitatórios da prefeitura e tudo o que é ligado ao MTST tem visão preconceituosa”.
Para ela, o preconceito contra pessoas pobres e contra o Movimento contribuíram para repercussão negativa. “Existem dois preconceitos nesta situação, primeiro contra os pobres, pois um parcela considera como desaforo comprar arroz orgânico para alimentação pública. Entendo que as crianças tenham direito a alimentação de qualidade”, afirmou Margarida Salomão.
Em nota, o executivo afirmou que a compra está dentro dos parâmetros legais, que determinam a priorização da agricultura familiar e de produtos orgânicos: “A compra se trata de arroz orgânico, e por isso não faz o menor sentido comparar o preço do orgânico com o arroz branco, vendido em supermercado”.