Figuras importantes da exposição “Drummond: fala, fala, fala”, Pedro Augusto Graña Drummond, neto do poeta, o escritor Edmílson Caminha, e o jornalista Humberto Werneck, foram recebidos pelo prefeito de Itabira, Ronaldo Magalhães, em seu gabinete nesta tarde de 18 de abril. Em um bate-papo informal, o trio contou particularidades da vida e obra do poeta itabirano.
O idealizador da exposição, Pedro Graña, afirmou ser uma alegria e orgulho poder estar em Itabira, cidade à qual está ligado pelo passado familiar e presente (a esposa é da cidade). Para ele, é muito importante manter esse vínculo. Sobre os trabalhos de amanhã, quando será aberta a exposição, Pedro demonstrou gratidão aos que abraçaram a ideia de relembrar o Poeta Maior, como a equipe de engenheiros da Drumonsters, prefeitura municipal e Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA).
“É uma forma de dar nova vida a esses aparelhos (telefone), que de outra forma estariam jogados ou mudos. A intenção é que as pessoas brinquem com esses aparelhos, que possam usar o que o próprio poeta usou todos os dias. A ideia é essa, desmitificar a ideia museológica de algo que pertenceu a uma personalidade ilustre, fazendo com que as pessoas participem e se sintam mais perto da obra e da memória drummoniana, através desse uso do objeto”, se empolgou.
O prefeito Ronaldo Magalhães, lembrou as obras realizadas na cidade para imortalizar a cultura drummondiana. “Enquanto estivermos aqui no comando, nós queremos valorizar, valorizar de verdade o nosso poeta”, se comprometeu. “Amanhã vou estar lá (na exposição), faço questão de participar. Fazer Itabira mais drummondiana possível. Ela já é muito, mas manter. Eu falo, essa manutenção bem feita, elaborada”, argumentou.
Sentimento justo
Com três livros publicados sobre o poeta, Edmílson Caminha conquistou a amizade de Drummond ao mandar um doce de caju que sua tia fazia no Ceará. Ele se disse alegre pelo fato de, que a cada vinda a Itabira, percebe que o sentimento dos itabiranos para com Drummond “é cada vez mais justo”. “Se antes havia certa incompreensão quanto ao relacionamento de Drummond para com Itabira, hoje eu já não sinto isso aqui, porque os itabiranos reconhecem o privilégio que é ter Carlos Drummond de Andrade como filho desta terra”. Caminha exaltou o itabirano como uma das maiores vozes da poesia mundial do século XX.
Humberto Werneck fez uma capa da revista Veja com Drummond, nos anos 1970 (quando o poeta completava 75 anos, em outubro de 1977), depois voltou a entrevistá-lo para a revista Istoé. O jornalista comentou que a construção da biografia do poeta é respaldada por um grande personagem, com uma grande história e que a intenção será revelar o homem que às vezes parecia inesperado aos olhos das pessoas. “Cabe a mim saber contar essa boa história com detalhes, riqueza, dando vivacidade e reconstituindo aos olhos do leitor essa figura, que é uma figura pouco conhecida, que se guardava e se preservava muito”, afirmou.
Também participaram do encontro a vice-prefeita, Dalma Barcelos, e a superintendente da FCCDA, Martha Mousinho.