Os prefeitos mineiros Marcos Vinicius Bizarro (Coronel Fabriciano), André Merlo (Governador Valadares), Hélio Campos (Ouro Branco) e Donizete Chumbinho (Itaguara) anunciaram a desfiliação em massa do PSDB nesta sexta-feira (14). Eles afirmam discordar da posição adotada por uma ala do partido que decidiu apoiar Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa contra Jair Bolsonaro (PL) pela presidência.
O ato é mais uma prova do atual racha existente no PSDB. Enquanto alguns políticos da sigla seguem alinhados ao atual presidente da República, outras figuras, como Fernando Henrique Cardoso, Paulo Brant e Arthur Virgílio Neto, se posicionaram ao lado do petista. Primeiro a falar, André Merlo, de Valadares, explicou a decisão do grupo.
“Quero comunicar a todos que estou me desfiliando do PSDB em repúdio a posições de políticos como o vice-governador, que está apoiando o PT. A gente não concorda com isso, tiramos o PT em Governador Valadares. E outros atores do PSDB a nível nacional que estão apoiando o ex-presidente Lula. Nós não aceitamos isso”, afirmou.
Prefeito de Coronel Fabriciano, Marcos Vinicius Bizarro também era membro da executiva estadual do PSDB. Ele diz que ficará sem partido até uma posição oficial do grupo tucano. “Também estou me desfiliando pelos atos dos últimos dias. Ver pessoas que admirei a vida toda, figuras importantes como Fernando Henrique Cardoso, (José) Aníbal, agora nosso vice-governador de Minas Gerais. Pessoas que eu admirava, que ajudavam a combater essa corrupção do PT, e agora se declarando como se nada tivesse acontecido… Então estou ficando sem partido até uma posição oficial do PSDB. Se é realmente essa a conduta, eu não me identifico mais com o partido”.
Já Hélio Campos, prefeito de Ouro Branco, acusou o partido do qual fazia parte de ser omisso. “Estou aqui pra falar o quanto nós, prefeitos, sofremos com a administração do PT no nosso estado. Foram anos de sofrimento para todos nós, e neste momento não podemos ficar omissos. E o PSDB está omisso no nosso estado. Precisamos reagir e tomar partido, e deixar de ser o PSDB em cima do muro” diz.
Por fim, Donizete Chumbinho, de Itaguara, reforçou o discurso dos demais colegas. Ele diz ter perdido a admiração por figuras históricas do partido, como FHC, presidente da República entre 1998 e 2002.
“Eu sou sempre a favor que uma política se faz em grupo. E o PSDB sempre foi um grupo, e olha que mudou. Estamos escondidos como folhas de bananeira, esperando o vento dar para tomar a posição, não agimos assim. Queremos um PSDB firme como sempre foi, FHC não é mais pra mim a grande liderança que eu via e me representava, pelo posicionamento que ele tomou, juntamente com nosso vice-governador de Minas Gerais (Paulo Brandt). Somos contra a corrupção, não somos a favor daquilo que esteja dentro da ilegalidade. E estamos juntos com Bolsonaro para acertar esse país”, completa.