Prefeitura prevê para o fim do ano entrega de sistema que atacará falta de água em Itabira
Conjunto de obras, que compreende a captação na Barragem de Santana, expansão da ETA Gatos e um reservatório no Alto dos Pinheiros é financiado pelo Governo Federal; também é previsto um “anel hidráulico”, que interligará os bairros do município
A falta de água é um problema que vira e mexe atormenta o itabirano. Basta um período de maior escassez para que as torneiras sequem. É uma dificuldade que afeta o cotidiano dos moradores, mas que também impacta diretamente no desenvolvimento econômico do município. Não são raros os casos contados por governantes de empresas que deixaram de se instalar em Itabira por causa da pouca oferta do recurso hídrico. A solução definitiva, também já comentada à exaustão, é a captação no rio Tanque, um projeto caro e ainda em fase de elaboração. Enquanto ele não sai do papel, o governo municipal executa um sistema integrado, que atacaria o problema da falta de água de maneira paliativa, previsto para ser entregue no fim do ano.
Detalhes sobre o projeto foram passados à imprensa de Itabira na manhã desta terça-feira, 10 de abril, pelo governo municipal. O prefeito Ronaldo Magalhães (PTB), o diretor-presidente do Saae, Leonardo Lopes, e o secretário de Obras, Ronaldo Lott, falaram sobre os investimentos e como o novo sistema estará em operação. O conjunto de obras inclui a captação na Barragem de Santana, a expansão da Estação de Tratamento de Água (ETA) dos Gatos, a construção de um grande reservatório no Alto dos Pinheiros e o chamado “anel hidráulico”, que interligaria a distribuição dos bairros do município.
Segundo o governo, todo o sistema já tem 60% das obras concluídas. Esse índice inclui a captação em Santana, a expansão da ETA e o reservatório no Alto dos Pinheiros. Essas obras foram financiadas com recursos do Governo Federal, repassados por meio da Caixa Econômica Federal. O total é de R$ 21.179.000,00, sendo que 90% vem de Brasília e o restante é contrapartida do município. O anel hidráulico é uma etapa posterior, que ainda depende da alocação de recursos para ser concretizado e deve ser licitado apenas no fim do ano ou no início de 2019.
O sistema
O processo começa na Barragem de Santana, onde as obras de captação estão 66% concluídas. De lá, a agua segue por uma tubulação até a ETA Gatos. A estação de tratamento terá sua capacidade mais do que dobrada (obra 52% concluída), passando dos atuais 90 litros por segundo para 190 l/s, tornando-se a maior ETA de Itabira, superando a Pureza. A água tratada seguirá para o reservatório do Alto dos Pinheiros, com capacidade para armazenar 2,6 milhões de litros. O reservatório já está em fase de impermeabilização e a expectativa é de que entre em fase de testes ainda neste mês de abril.
Já o anel hidráulico, que é a segunda etapa do sistema, terá seis quilômetros. O encanamento ligará o reservatório do Alto dos Pinheiros ao do Areão, que, por sua vez, já é interligado ao do Juca Batista, o maior de todos. O custo dessa obra está na casa dos R$ 5 milhões, valor que o governo municipal ainda não tem disponível, mas que pode sair das economias que estão sendo feitas nos R$ 21 milhões financiados pela Caixa. A contensão de despesas, até o momento, soma R$ 3 milhões, segundo o secretário Ronaldo Lott, mas isso não quer dizer que esse valor se manterá até o fim das obras.
Não é solução definitiva
Durante conversa com a imprensa, tanto o prefeito Ronaldo Magalhães quanto seus secretários Ronaldo Lott e Leonardo Lopes fizeram questão de frisar, mais de uma vez, que o novo sistema não é a solução definitiva para o problema da falta de água em Itabira. A previsão é de que essa expansão signifique tranquilidade para até cinco anos. No entanto, eles valorizaram a ação e disseram que pela primeira vez o município tem um projeto integrado para atacar a questão do recurso escasso.
“Se houver uma crise e faltar água, não é isso que vai resolver. Itabira hoje tem reservação para três a cinco dias de água. Com essa nova obra vai melhorar e chegar a cinco dias. Água é um projeto muito sério e fica muito caro reservar. O que temos que ter são duas fontes de captação, porque, por maiores que sejam os reservatórios, eles não são suficientes para dar uma sustentabilidade de uma semana, quinze dias, para uma cidade do tamanho de Itabira”, afirmou Ronaldo Lott.
“Ao longo dos anos, foram trabalhadas diversas soluções, mas, até então, não se trabalhou com a solução definitiva e com uma ótica do coletivo. Esse empreendimento irá garantir uma solução imediata para os próximos quatro, cinco anos. E, com o rio Tanque, que o prefeito Ronaldo está trabalhando para termos a contratação, no futuro, juntamente à esse projeto atual, irá permitir a Itabira uma solução definitiva para a questão da água”, completou o diretor-presidente do Saae, Leonardo Lopes.
Ronaldo Magalhães citou também a ETA Senhora do Carmo, entregue à comunidade do distrito no último domingo, 8 de abril, como outra importante obra de distribuição de água em Itabira. Ele afirma que a falta do recurso é um problema que aflige todo Brasil e que, desde o primeiro de governo, se preocupou em avançar para resolver essa questão. “Muitas vezes os administradores públicos não querem fazer obras de esgoto ou uma rede de água porque está embaixo da terra e ninguém vê. Mas eu nunca me preocupei com isso”, disse o prefeito.