O decreto assinado no dia 24 de julho, pelo prefeito Ronaldo Magalhães (PTB), determinando a proibição de bebidas alcoólicas na Feira Livre Municipal continua causando polêmica. Na reunião de comissões da Câmara desta quinta-feira, 26, o presidente da feira, Geraldo Magela Duarte, esteve no plenário para expor o ponto de vista dos barraqueiros.
De acordo com o Geraldo, o prefeito não enviou um comunicado formal aos participantes da feira, causando desconforto entre eles. “Ele (o prefeito) cortou de uma hora pra outra e não comunicou primeiro a gente. Nós fomos ficar sabendo pela imprensa”, lamentou.
Outra questão levantada pelo presidente na reunião foi o prejuízo que os vendedores que comercializam bebidas alcoólicas terão com o decreto. “Tem gente que faz estoque de mercadoria. Barraqueiros que já têm 200 caixas de cerveja guardada para os dias de feira. Tem gente que é produtor de cachaça e que faz a mais também para vender aos sábados. Vai ter muito desperdício”, exclamou Geraldo.
Os vereadores se mostraram, mais uma vez, contrários à determinação do município, mas salientaram a importância de atender tanto os feirantes que são contrários à venda de bebidas alcoólicas, tanto os que são à favor. Diversas sugestões surgiram na Casa, como a determinação de um horário para o início das vendas das bebidas ou até mesmo a colocação de dois dias de feira: sábado para produtos locais e domingo para um evento gastronômico. As sugestões serão protocoladas e encaminhadas ao executivo.
Outro lado
Também durante a reunião, o estilista Ronaldo Silvestre, coordenador do Instituto Tecendo Itabira, demonstrou-se favorável à decisão do prefeito, com o argumento de que a intenção da feira é beneficiar os pequenos produtores rurais. “Os produtores são a favor não só por medida de segurança, mas pela venda dos produtos. Se são produtos de base rural, economia solidária, os produtores confiam na compra dos clientes que compram verduras orgânicas”, alegou.
Ronaldo também chamou a atenção para o fato de que, principalmente as mulheres que trabalham na feira, têm receio quanto ao uso indiscriminado de bebida no local. “A partir do momento em que se tem um evento tumultuado, uma feira com bebidas, as pessoas podem passar para um índice alcoolizado, você tem determinadas atitudes, como querer degustar um produto sem pagar, você começa a importunar as pessoas que estão ali pelo trabalho e para venda de seus produtos”, finalizou.