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Presidente do Banco Central diz que crise hídrica vai pressionar inflação

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, alerta sobre inflação

(Foto: Raphael Ribeiro/BCB)

Com impactos no preço da energia elétrica, a crise hídrica pressionará a inflação nos próximos meses, segundo fala do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, na última terça-feira (24). Ele também manifestou preocupação com a inflação dos serviços e com gargalos internacionais no fornecimento de insumos, como semicondutores, que afetam os preços de várias mercadorias.

“(A crise hídrica) agravou-se muito com a falta de chuva e deve continuar sendo um elemento de pressão nos próximos meses”, disse o presidente do BC em evento on-line promovido por uma empresa de investimentos financeiros.

Sobre a inflação dos serviços, ele disse que o grande risco está no fato de que a recuperação ocorre de forma distinta entre os setores, criando desequilíbrios temporários.

Em relação à escassez de semicondutores, materiais capazes de conduzir correntes elétricas, o presidente do BC disse acreditar que o problema esteja mais relacionado com o aumento da demanda provocado pela recuperação econômica global do que pela redução da oferta.

Os semicondutores são usados na produção de chips de smartphones e computadores. Nos últimos meses, chips em todo o planeta tem ficado em falta, o que afeta a produção de diversos itens tecnológicos.

“A gente tem de fato uma espera um pouco maior [por semicondutores]. Mas se a gente olhar a produção, houve uma queda muito grande em um ou dois meses [no início da pandemia], mas em grande parte da pandemia, ela só aumentou. Então pode ter tido uma ruptura, mas acho que é mais um tema de demanda”, declarou.

Meta inflacionária

Nos 12 meses encerrados em julho, a inflação oficial está em 8,99% pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Na edição mais recente do boletim Focus, pesquisa de mercado feita toda semana pelo BC, os analistas financeiros esperam que o índice feche este ano em 7,11% e atinja 3,93% em 2022. As projeções estão acima das metas de 3,75% em 2021 e de 3,5% no próximo ano.

Sobre o tema, o presidente do BC afirmou apenas que a autoridade monetária “vai perseguir a meta no horizonte relevante”, indicando que a inflação deve convergir para a meta até o fim de 2022. Ele também ressaltou que as estimativas do mercado para o IPCA no próximo ano estão maiores que expectativas do BC.

 

*Com informações da Agência Brasil

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