Processo milionário: cantor itabirano acusa Pabllo Vittar de plágio

O hit “Ama, Sofre, Chora”, sucesso na voz da cantora maranhense, é o alvo da briga na justiça

Processo milionário: cantor itabirano acusa Pabllo Vittar de plágio
Foto: Divulgação
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Na tarde dessa quinta-feira (4), o compositor itabirano Herlomm Diosly tornou público o processo que move contra a cantora Pabllo Vittar. Ele acusa a artista, a gravadora Sony Music e os compositores do hit “Ama, Sofre, Chora” de plagiarem uma composição sua de nome semelhante: “Amar Sofrer Chorar”.

Aos 35 anos, nove deles na carreira artística, Herlomm conversou com a reportagem da DeFato sobre o processo e a suspeita de plágio. “Estou buscando um direito sobre uma dúvida que tenho das músicas. É direito meu buscar por justiça”, afirma.

O compositor mineiro conta que a sua canção, que teria sido plagiada, foi escrita em 2019. A música, inclusive, tem nome muito parecido com o da suposta cópia, “Amar Sofrer Chorar”. Herlomm detalha ainda que o registro foi feito “em numa plataforma chamada Músicas Registradas, em 13 de junho desse mesmo ano. Além disso, a canção também tem clipe produzido e postado no canal do cantor no YouTube”, como por ser visto abaixo.

Já a música de Pabllo Vittar faz parte do álbum “Batidão Tropical”, lançando em 2021. Ela é assinada por Arthur Pampolin Gomes, Arthur Simões Magno Marques, Guilherme Santos Pereira, Pablo Luiz Bispo e Rodrigo Pereira Vilela dos Santos. Ouça o sucesso da cantora:

Suspeita de plágio

O compositor esclarece que descobriu as semelhanças entre as duas composições há cerca de seis meses.

“Minha esposa, Pamella, foi quem viu a música de Pabllo Vittar no YouTube e me mostrou dizendo que o nome era parecido com o da minha! Pelo título, já imaginei: ‘será que é um plágio?’ Quando ouvi, e chegou no refrão, fiquei incrédulo por usar o mesmo contexto, fazendo apenas umas mudanças de palavras, mas com mesmo sentido! Isso foi há mais ou menos seis meses. E todo esse tempo eu fiquei pensando se entrava com uma ação ou não! Então, resolvi entrar com o processo”, revela.

Herlomm frisa que as semelhanças entre as duas composições podem ser percebida no título, letra, melodia e contexto da história. “Ambas falam de um amor não correspondido. Mas, não é só isso. O refrão é inconfundível. Tem o mesmo contexto!”, defende.

Sobre o processo

Segundo Lucas Pasin, colunista do site UOL, na ação registrada na 43ª Vara Cível da Comarca de São Paulo, o compositor itabirano pede uma indenização por danos morais e materiais, que pode chegar ao valor de R$1 milhão. Quem representa Herlomm na causa é a advogada Vanessa Vaccari, sou sócia do escritório Takaguti e Vaccari, que atua nas áreas empresarial, consultoria em compliance, LGPD e cível.

“Esse processo é feito em âmbito cível. Nele, o juiz vai designar um perito judicial, provavelmente um músico, para avaliar se realmente existem semelhanças nas letras e nas melodias [das duas canções]. Quando a pessoa entra com o processo, ela precisa mostrar que existe essa semelhança. Na petição inicial, a gente lista os pontos que chamaram a atenção do autor em relação à canção que foi copiada”, expõe Vanessa.

Segundo a advogada, ambas as partes podem ter assistentes técnicos, como músicos de confiança, que vão ajudar a mostrar para o juiz se houve ou não o plágio. Além disso, ela explica que houve uma tentativa de conciliação com a equipe de Pabllo Vittar, mas que ela “foi infrutífera”.

Vanessa Vaccari também destrincha o que foi pedido no processo. “Em relação aos danos materiais, pedimos  que o Herlomm receba todos os royalties que os plagiadores receberam em relação à música, em qualquer tipo de mídia onde ela tenha sido veiculada, seja rádio, streaming, shows, programas de tv, entre outro”.

“Uma música considerada hit tem alto valor de mercado. E eu sou o único compositor. E, se a obra for considera minha, ela foi tirada sem meu consentimento, sem a minha liberação. Assim sendo, me causou dano”, afirma Herlomm.

A advogada reforça que ação também pede um pagamento em relação aos danos morais. “Houve todo um transtorno para o Herlomm. Ter uma obra copiada é algo incômoda para um artistas que vive disso. A gente também pede que o juiz conceda uma liminar no sentido de suspender o pagamento, para os hoje autores da música, até que haja algum julgamento no processo. Pedimos que os royalties sejam depositados numa conta judicial”, afirma.

Herlomm lamenta o caso. “Já fui muito copiado em ideias e em negócios. É horrível! Quero que se resolva da melhor forma. A minha vida não vai ser decidida por opiniões ou deboches. Ela vai ser decidida por mim, e o processo pelo juiz. Fracasso, pra mim não é um processo não ser ganho, é não ser feliz! E feliz eu sou mesmo com todas adversidades da vida!”, finaliza.

O que diz Pabllo Vittar

A assessoria de imprensa da Sony Music disse, em nota enviada ao Splash, do site UOL, que não há nada o que declarar no momento. Os compositores citados não se manifestaram. Leia a nota na íntegra:

“A equipe da artista Pabllo Vittar vem, através deste comunicado, informar que tomou conhecimento pela mídia digital, que existe uma acusação de plágio referente à obra “Ama Sofre Chora”, de autoria de Rodrigo Gorky, Pablo Bispo, Arthur Marques, Arthur Pampolin Gomes e Guilherme dos Santos Pereira.

Em que pese não tenha recebido nenhuma notificação ou citação até o presente momento, a Artista, através de sua equipe, examinou a gravação da obra alegadamente plagiada e verificou que não existe nenhuma hipótese de ocorrência de plágio, visto que as obras musicais são totalmente distintas, nada existindo que possa, minimamente, levar a essa conclusão.

Neste sentido, este comunicado serve para esclarecer que a artista Pabllo Vittar não cometeu nenhum tipo de violação a direito autoral e não compactua com a apropriação indevida de qualquer espécie de propriedade intelectual.

Trata-se de evidente acusação leviana, sem qualquer fundamento, a qual será devidamente contestada no momento oportuno.

Atenciosamente, Depto. Jurídico Pabllo Vittar Entretenimento Eireli.”