Para reduzir os índices de mortalidade materna e, principalmente, fetal e infantil por causas evitáveis, garantindo às gestantes um atendimento humanizado complementar durante o pré-natal, o projeto Maternar teve início no dia 15 de agosto de 2023, em Itabira. Apoiado nos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), propõe ofertar um cuidado humanizado à saúde física e mental das mães, dos bebês e das famílias. Toda e qualquer gestante pode participar do programa, que acolhe gestantes de risco habitual, ou seja, sem comorbidade, gestantes de alto risco, tanto as atendidas na rede pública quanto na privada, e em qualquer fase da gestação.
A coordenadora do projeto, Maísa Lage Colombo, celebra a iniciativa, mas lembra que para a concretização desse projeto é necessário um trabalho cuidadoso realizado por 11 profissionais. “Para fornecer educação e orientações abrangentes às gestantes e suas famílias sobre a importância dos cuidados no pré-natal, parto seguro, amamentação, cuidados com o recém-nascido, medicação, imunoprevenção e outros temas que poderão ser necessários, foi preciso criar uma equipe multiprofissional, utilizando-se da mão de obra existente e disponível no serviço público”, diz.
Na fase de implantação, foram selecionados 11 servidores com perfil e disponibilidade para o trabalho, sendo duas enfermeiras, dois médicos de Ginecologia e Obstetrícia, uma farmacêutica, uma nutricionista, uma assistente social, uma psicóloga, uma diretora de Verificação de Óbitos e uma assessora Técnica e Administrativa (ATA).
“Após a seleção dos servidores, foram elencados os temas a serem abordados. Essa escolha é feita criteriosamente pela equipe multiprofissional, pode estar relacionado às necessidades do momento ou do grupo a ser atendido e é abordadopelo profissional relacionado com o assunto”, diz a coordenadora do Maternar.
Impactos
Segundo o relatório “Tendências na mortalidade materna”, divulgado em fevereiro de 2023 pelas agências das Nações Unidas, a cada dois minutos uma mulher morre durante a gravidez ou o parto. As estimativas divulgadas revelam retrocessos para a saúde das mulheres nos últimos anos, uma vez que as mortes maternas aumentaram ou estagnaram em quase todas as regiões do mundo.
Diante desses dados, o Maternar trabalha para impactar positivamente na saúde das gestantes. Segundo a coordenação, ainda não é possível fazer uma medição de resultados efetivos “em razão do pouco tempo de execução do projeto, mas a partir do primeiro ano de atividades já será possível avaliar a redução de risco por meio da informação e da adequada atenção à gestante no pré-natal; redução de ao menos 20% do índice de mortalidade fetal por causas preveníveis; redução de ao menos 50% do índice de mortalidade materna por causas preveníveis”. Além da satisfação, ocorre maior interação e confiança da gestante com os serviços de saúde e aumento da adesão às consultas de pré-natal.
Trabalho
O projeto Maternar oferta atividades multidisciplinares, educativas, terapêuticas e de promoção à saúde. Segundo a coordenação, são utilizadas técnicas que visam o exercício da cidadania, estimulam uma adaptação positiva às mudanças — físicas, emocionais e sociais — advindas da gestação e, principalmente, estreitam o vínculo mãe-feto.
A abordagem é feita em roda de conversa, nas salas de espera da Policlínica ou do Centro Estadual de Atenção Especializada (CEAE), em Itabira, enquanto as gestantes aguardam atendimento médico ou algum procedimento de saúde.