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Quem não aprende a se perdoar e ser reinventar, se destrói

Quem não aprende a se perdoar e ser reinventar, se destrói

Foto: Divulgação

Todos nós trazemos em nossa alma marcas de tantas feridas, mágoas, traições e decepções. São feridas que vamos acumulando ao longo da nossa vida. Mas, a ferida talvez maior que trazemos dentro de nós, é a condenação que fazemos de nós mesmos dos nossos erros. Você que está lendo esse artigo pode puxar da sua memória, os erros que você cometeu no passado, os desacertos e desencontros e que acompanham constantemente a sua vida. É como que se ficasse martelando a todo tempo: “porque eu fiz isso”, “e se tivesse feito diferente… Não é assim?

Já ouvi uma vez um ditado que o “SE” não entra em campo, e é verdade meu amigo. Talvez perdoar o outro seja difícil, mas nos dar o perdão não é tão simples. E por causa disso colocamos cargas pesadas por demais em nossas costas, e aos poucos vamos nos destruindo, mesmo que inconscientemente, porque ficamos nos julgando e já nos dando a condenação.

Sempre gosto de dizer às pessoas que o passado deve servir de lição, mesmo com os erros e, às vezes, principalmente com eles. Mas não podemos ficar remoendo o passado, tentando achar pecado lá na nossa infância, na nossa juventude, isso é muito cruel, é uma autodestruição. O passado deve servir para iluminar o presente e planejar o futuro.

A palavra perdão, quer dizer literalmente, abrir mão, deixar ir embora. Jesus, o mestre da vida, nos ensinou isso como ninguém jamais o fez, conforme episódio bíblico sobre a mulher adúltera: “Quem não tiver pecado atire a primeira pedra… Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?  E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te e não peques mais.” (João 8). Vejam que a única recomendação de Jesus é não pecar mais, ou seja não ficar preso ao passado; mas recomeçar, reinventar-se a partir daquele encontro decisivo com o Salvador. Ainda encontramos no final da vida de Jesus, quando ele é crucificado ao lado de dois ladrões, um se arrependeu. O primeiro ladrão morreu com seu pecado dentro de si e sobre si.

O outro morreu como pecador, mas sem a culpa sobre si (…) ”Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem; mas este nenhum mal fez. E acrescentou: Jesus lembra-te de mim quando vieres no teu reino. Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” (Lucas 23:40-43). Perceberam a diferença? Um conseguiu se curar do passado, e se libertando do seu passado, ao se pardoar, recebe de Jesus a promessa do paraíso.

A todos que estão lendo esse artigo, digo lhes: liberte – se do seu passado, perdoe-se, acredite no perdão misericordioso de Jesus e se reinvente. Aliás, é o que mais precisamos fazer nesses tempos atuais, nos reinventar. Perdoar-nos é arte de nos reinventar a cada instante.

Termino com um trecho da musica de Maria Bethânia: “ Brincar de Viver”

Você verá que é mesmo assim
Que a história não tem fim
Continua sempre que você responde “sim”
À sua imaginação
À arte de sorrir cada vez que o mundo diz “não”

E eu desejo amar todos que eu cruzar pelo meu caminho
Como sou feliz, eu quero ver feliz
Quem andar comigo, vem

Um abraço, Deus os abençoe, meus sentimentos a todas as famílias enlutadas.

Padre Anderson Ferreira Teixeira é colunista da DeFato Online.

O conteúdo expresso é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.

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