Na noite dessa quinta-feira (26), a Câmara Municipal de Barão de Cocais realizou a última reunião ordinária do mês de novembro. Presente no plenário, Telma Aparecida Alves Bruno, membro do Conselho dos Direitos da Mulher, fez uso da Tribuna Livre para discursar sobre o Dia da Consciência Negra, ocorrido no último dia 20 de novembro. Telma Bruno iniciou agradecendo aos vereadores pela aprovação do Projeto de Lei Ordinária do executivo. “Graças a vocês, o Conselho Municipal das Mulheres vai existir e vai funcionar”, pontuou.
Telma Bruno abordou quanto ao racismo no Brasil, principalmente o racismo exercido com as mulheres. “Negro para sentar numa cadeira Municipal, ele tem que ser 2, 20 ou 30 vezes melhor que o branco. O negro para chegar na frente e falar, ele tem que representar mais vezes que o branco. Uma mulher negra para chegar na frente para falar mesmo a verdade, e não ser uma falsa demagogia, ela tem que representar a sua classe e a sua cor”, disse.
“O racismo existe, o racismo contra as mulheres é muito pior. A gente vê, eu vejo um trabalho que para mim é escravo, é senzala do mesmo jeito, só é remunerado. Mas é remunerado sem carteira assinada, sem férias, sem décimo terceiro e sem nenhum amparo social. São as nossas mulheres de Barão de Cocais arrastando um carrinho pesado, uma vassoura gigantesca ou uma enxada, sem água, sem um banheiro e sem uniforme. Elas precisam do emprego para sustentar as suas casas. O racismo não é só na cor, é na desigualdade social. É por isso que estou aqui lutando pelo Conselho Municipal do Direito da Mulher, uma lei de 2013”, ressaltou.
A membro do Conselho Municipal das Mulheres também relatou sobre os ataques de racismo que sofreu nas eleições de 2020 pela internet. “Foi triste, foi humilhante. Eu sofri ataque de racismo quando anunciei a minha candidatura”, explicou Telma Bruno.