Site icon DeFato Online

Recalcular a rota

perda

É importante focar nossa atenção e energia em nossas metas, no que realmente queremos fazer com nosso tempo. Ao planejarmos um objetivo a seguir, com certeza surgirão obstáculos e dificuldades que devemos superar. Contudo, seguir nosso desejo nem sempre significa insistir incansavelmente em uma coisa, em alguns momentos teremos que nos perguntar se esse é realmente é o caminho certo ou se chegou o ponto de recalcular a rota.

Vivemos em uma sociedade que não permite mostrar sentimentos negativos, como a tristeza e o medo. As redes sociais estão aí, mostrando como todo mundo tem (supostamente) uma vida sem defeitos, com felicidade constante. A mensagem transmitida é: devemos estar sempre pensando positivo. Com isso, algumas pessoas podem entender que isso significa nunca desistir do que estamos fazendo, persistir e persistir, sem avaliar os sinais vermelhos que estão aparecendo, cada vez maiores.

Dizem que o amor tudo suporta: ele pode suportar dificuldades materiais, doenças, mas será que ele tem que suportar violências físicas e psicológicas, humilhações, ciúmes excessivos? Um negócio que todo mês está no prejuízo, os clientes estão reclamando, pode ser que seja necessário reajustar pontos estratégicos, mas pode ser que também seja o momento de cogitar dar um tempo e investir em outra coisa. Não há uma receita certa que diz quando recalcular a rota e quando seguir o caminho. Cabe a nós perceber e fazer essa aposta.

Perceber que uma situação não compensa não é algo ruim, não é desistir de um sonho. É importante lutar para que o que queremos dê certo, mas é também essencial que percebamos onde vale a pena ou não estar: estar com alguém porque eu realmente amo a pessoa, não porque tenho medo de estar sozinho, trabalhar com o que gosto e que me faz bem, e não com o que esperam que eu faça. Às vezes desistir ou deixar de lado por um tempo pode ser uma prova que estamos atentos a nós mesmos, ao que realmente nos faz bem.

Arthur Kelles Andrade é psicólogo, mestrando em Estudos Psicanalíticos. 

O conteúdo expresso neste espaço é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.

Exit mobile version