A recepção do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, aos líderes mundiais membros do G20, chamou a atenção pelo tratamento efusivo dado ao presidente francês, Emanuel Macron e outros chefes de Estado, e a frieza e tratamento protocolar com o presidente argentino, Javier Milei na abertura do evento nesta segunda-feira (18), no Rio de Janeiro.
Lula trocou abraços calorosos com Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, Emanuel Macron, da França e Geórgia Meloni, da Itália, mesmo a italiana sendo notadamente adversária política e crítica de Lula.
Lula recebeu Emanuel Macron com efusivos abraços e entrelaçou suas mãos às mãos do presidente francês.
A mesma recepção foi dedicada a Biden e Meloni. A premier italiana tem espectro político oposto ao do presidente brasileiro.
Diplomatas brasileiros temiam que Milei dificultasse o texto final do evento, o que não ocorreu.
O evento foi aberto às 11h05 desta segunda-feira (18), com as presenças de líderes das 19 maiores economias do mundo, mais a União Europeia e a União Africana.
A recepção ao presidente argentino na Cúpula do G20 foi manchete na imprensa argentina. O jornal Clarín destacou que Lula e a primeira-dama Janja Lula da Silva receberam Milei com um cumprimento frio e formal, em contraposição ao comportamento em relação a outros chefes de Estado, com os quais foi efusivo e deu as boas-vindas com abraço e sorrisos, lembrando que Janja insultou Elon Musk, futuro integrante do governo de
Donald Trump, que já se encontrou quatro vezes com Milei desde o início do seu mandato.
O La Nación definiu o encontro como “gélido” e sem troca de palavras, ressaltando que ambos não pretendem ter reuniões bilaterais durante a reunião do G20.
O portal Infobae, comentou o encontro de segundos, contrastando com a amabilidade com que Lula recebeu os demais chefes de Estado.
“No exercício do poder e na diplomacia, a linguagem corporal é um sinal óbvio de proximidade ou confronto”, diz a matéria.
“Em apenas 15 segundos, Lula exibiu sua distância pessoal e ideológica com Javier Milei, que manteve postura idêntica à de Lula e seguiu as regras protocolares ao pé da letra. No fim, aconteceu o que era esperado: frieza e tensão entre os dois presidentes que não tem nada que os una”.
A presidência do bloco é rotativa, com a Índia na liderança em 2023, o Brasil em 2024 e a África do Sul em 2025.