Durante sua vitoriosa campanha eleitoral, Marco Antônio Lage (PSB) falou sobre enxugar em até 30% a máquina pública de Itabira. O prefeito itabirano chegou a citar como exemplo positivo o município de Ipatinga, cuja proporção dos chamados “cargos de confiança” era de 60 por 100 mil habitantes, número bem inferior aos 247 por 100 mil habitantes de Itabira apontados pelo próprio Marco. Porém, a reforma administrativa da Prefeitura não cumpre a promessa.
Analisada ontem (22) em uma reunião extraordinária da Câmara, a proposta mantém os atuais 317 cargos comissionados do município. O texto da reforma chega a falar em 339, porém, trata-se de um erro de digitação que será corrigido em breve, garante o secretário municipal de Administração, Gabriel Quintão.
Ele também justifica que o corte de cargos não será promovido por uma questão de “amadurecimento”. A declaração surgiu após o questionamento de um servidor da Fazenda identificado como Rômulo.
“Nada mais importante na vida, principalmente na administração pública, do que o próprio amadurecimento. Do que a gente olhar e ver a real necessidade. Hoje passaram-se três anos com uma estrutura de servidores efetivos, como nós apresentamos, hoje a gente cria uma estrutura de nível superior, nível técnico, nível médio. Uma estrutura robusta de reconhecimento salarial, onde a gente tem uma estruturação gerencial para o servidor com a criação de três secretarias. E em uma estruturação de um plano de cargo tão robusto, nós entendemos que não poderia se ter uma criação e ampliação de cargos, mas sim trabalhar com o atual quantitativo, remanejando e reorganizando”.
Para sustentar seu argumento, Quintão utilizou o exemplo do próprio setor no qual Rômulo trabalha. “A secretaria municipal de Fazenda hoje possui um problema por ser dividida em duas superintendências: tributação e finanças. O que estamos fazendo na reforma administrativa? Estamos dividindo ela em três áreas: tributação, finanças e contabilidade. E a Fazenda é uma das áreas mais estruturadas, onde estamos criando cargos. A Fazenda tem um cargo a mais nível 34, cinco a mais nível 33. Ou seja, é uma questão técnica. A criação desses cargos em alguma área em decorrência de não aumentar, foi exatamente por entendimento técnico. A Fazenda, como existe hoje, para dar condições dela rodar melhor, precisa de uma estruturação de gerenciamento de chefia”.
“Disse há um ano nesta Casa e repito: não faríamos de forma apressada, mas faríamos com responsabilidade. E a gente entende que responsabilidade é manter o que existe hoje, mas ajustando dentro das novas necessidades”, concluiu Gabriel Quintão.