Em uma reunião com o superintendente regional do Ministério do Trabalho e Emprego de Minas Gerais, Carlos Calazans, sindicatos representantes de trabalhadores da Gerdau se uniram para frear o fechamento da empresa em alguns municípios mineiros. O encontro aconteceu na última segunda-feira (10) em Belo Horizonte.
Além do Sindicato dos Metalúrgicos de Barão de Cocais e da Central Sindical e Popular Conlutas (CSP Conlutas), também estiveram presentes sindicatos como o dos Metalúrgicos de Sete Lagoas. “Estivemos também com Ouro Branco, que é uma unidade grande, Divinópolis, e um representante também do Sindicato Metabase, onde tem uma mina da Gerdau”, contou o membro do CSP Conlutas Aldiério Pereira.
Como encaminhamento, o superintendente Carlos Calazans ficou responsável por marcar uma reunião entre representantes da Gerdau e de trabalhadores não só de Barão de Cocais como de outras usinas da mineradora fechadas recentemente.
“Outros que estão em campanha salarial, outros, que nem Barão de Cocais, são contra as demissões, e também outros que têm outras lutas específicas, como insalubridade etc. Então nós vamos fazer também essa luta unificada, para também derrotar essa intransigência da Gerdau, de querer impor apenas o que ela acha que é necessário para aumentar os vínculos dela, sem levar em consideração pais e mães de família, trabalhadores e trabalhadoras, histórias de cidades”, afirmou o membro da CSP Conlutas.
Hibernação
A mineradora e siderúrgica Gerdau anunciou a paralisação de suas atividades na usina de Barão de Cocais no dia 27 de maio. O comunicado foi feito de maneira repentina a funcionários, à prefeitura de Barão de Cocais e à imprensa. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Barão de Cocais, uma demissão em massa afetará 487 trabalhadores da usina.
Em um vídeo divulgado pelo Instagram, o prefeito Décio dos Santos informou que recebeu representantes da mineradora e expressou sua insatisfação com a interrupção das atividades e pela a maneira como ela foi feita.
A Gerdau busca justificar a hibernação com base em uma suposta baixa condição de competir com outras empresas no mercado de aço devido aos altos custos de matérias-primas, à insuficiência da produção de ferro próprio em Minas Gerais e a uma falta de atualização tecnológica da usina em Barão de Cocais.
Confira a nota enviada pela empresa ao portal DeFato:
“A Gerdau confirma que ontem, 27 de maio (segunda-feira), implementou a hibernação da unidade de Barão de Cocais o que resultará na paralisação da operação na usina. A decisão é resultado de uma profunda análise da competitividade da planta, face às condições do mercado de aço no Brasil. Os custos elevados de matérias-primas e a insuficiência da produção de minério de ferro próprio, em Minas Gerais, somados à uma estrutura com menor nível de atualização tecnológica da usina, estão afetando diretamente a competitividade da unidade frente ao cenário desafiador do setor. A medida está em linha com o planejamento estratégico da companhia de otimização dos seus ativos.
A companhia está empenhada em conduzir esse processo de forma humanizada para minimizar o impacto para o público interno e comunidades vizinhas. A empresa buscará a realocação do máximo de colaboradores em outras unidades, além de oferecer programas de capacitação na área industrial para os profissionais e gestão com foco no empreendedorismo para a comunidade.A Gerdau reforça o seu compromisso com os colaboradores, as colaboradoras, a sociedade e segue com a manutenção de um diálogo aberto e transparente com todas as partes interessadas. A Gerdau ressalta ainda que o atendimento aos clientes se manterá inalterado”.