Reportagem veiculada na edição 75 do Jornal DeFato Cidades Mineradoras
Medidas adotadas para frear a pandemia refletiram negativamente no setor de turismo. Os impactos são grandes e podem ser percebidos em várias escalas. O distrito de Ipoema, em Itabira, é conhecido por suas belezas naturais e culturais. No entanto, muitos dos atrativos precisaram ser fechados, comprometendo principalmente empregos de forma direta e indireta. O Parque Estadual Mata do Limoeiro, por exemplo, foi obrigado a pausar algumas atividades em 25 de março. Quase seis meses depois, o parque foi reaberto para a visitação pública em 19 de setembro. O gerente do Parque Estadual Mata do Limoeiro, Alex Luiz Amaral Oliveira, comenta sobre o assunto e o plano de retomada do setor. Leia!
O Parque Estadual Mata do Limoeiro é considerado um dos principais roteiros de ecoturismo na região. Quais foram os impactos sentidos neste período?
Um importante impacto está ligado às ações de educação e conscientização ambiental, outra importante função desta área protegida. Para o primeiro semestre, haviam diversos agendamentos de visita que precisaram ser cancelados. Além das ações específicas da unidade realizadas com visitantes e comunidades de entorno. Infelizmente alguns projetos precisaram ser paralisados.
O Parque atua fortemente tanto em educação ambiental, quanto em mobilização social. O que foi feito para reduzir os impactos nestes projetos?
O Parque do Limoeiro tem uma característica de atuação mais direta e presencial nas comunidades, com voluntários, parceiros e diante dos riscos e, por orientação dos órgãos de saúde pública foi necessário paralisar projetos externos que ocasionariam aglomerações. Nesse sentido, foram priorizadas ações internas, de manutenção e organização.
Entretanto, nem todos foram paralisados. Por exemplo, o projeto “Aqueça seu coração” que possibilitou a arrecadação de quase 200 cobertores que foram distribuídos a nove comunidades do entorno no início do período frio. As ações de conscientização foram direcionadas ao ambiente virtual por meio das redes sociais, inclusive lives em que foram divulgadas as potencialidades do parque, de Ipoema e de Itabira.
Como está sendo o processo de retomada das atividades? Existe algum projeto para melhorar o controle da visitação visando manter a segurança dos turistas e dos funcionários?
O parque é administrado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) e segue as orientações do Governo Estadual, por meio do “Minas Consciente”. Com a publicação da Portaria 94 do IEF, o parque reabriu no dia 19 de setembros, seguindo todos os protocolos em relação à Covid-19. No Limoeiro, elaboramos um protocolo de visitação que, para segurança de todos, limitando o número de visitantes por dia. Também haverá agendamento de visitas.
Já pensando nessa retomada, o parque produziu um livro fotográfico com apoio do Ministério Público, com imagens de oito fotógrafos, que certamente contribuirá para melhor divulgar as belezas locais. Outro importante projeto foi a criação de um passaporte turístico chamado “O Parque Estadual Mata do Limoeiro e as maravilhas do seu entorno”. O projeto tem o objetivo de criar pontos de carimbo nos atrativos para que o visitante possa conhecer e preencher seu passaporte, incentivando-o a ir aos atrativos.
De que maneira o turismo pode ajudar alavancar a economia de Minas?Minas Gerais reúne uma multiplicidade de atrativos dificilmente encontrados em um só destino. São 853 municípios repletos de riquezas históricas, naturais e culturais, expressas na gastronomia, no artesanato, na hospitalidade e nas festas tradicionais. O turismo responde por uma importante movimentação na economia nacional e vinha numa crescente que, alinhada com a mudança de comportamento, tende a aumentar. As belezas naturais de todo o Estado chamam a atenção e a retomada do turismo será um dos alicerces da economia em todo país.