Como antecipado por DeFato Online, Itabira recebe, em 29 de julho, uma comitiva de chineses para oficializar parceria que pode destinar cerca de 200 milhões de dólares ao município. A proposta é de que o dinheiro seja usado para conclusão do campus local da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), construção de um Parque Científico Tecnológico e de um aeroporto de carga. Com o acordo mais próximo de acontecer, o prefeito Ronaldo Magalhães (PTB) já demonstra boas expectativas e fala em um “momento histórico” para a cidade e região.
“Vencendo todas as etapas para celebrarmos os investimentos e o acordo de cooperação com os chineses, teremos um marco histórico; um divisor de águas na economia tanto da cidade quanto da região e estado. Nosso governo tem conquistado oportunidades concretas em um movimento político-econômico inédito”, afirmou o prefeito de Itabira.
Segundo divulgado pela Prefeitura, os chineses chegam ao Brasil no dia 27, às 22 horas, no aeroporto de Confins. Lá, deverão ser recepcionados por uma comitiva de Itabira com intervenções artísticas. Eles virão para a cidade na manhã do dia 29. Está agendado um evento às 10h, no teatro da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA), onde será assinado o Memorando de Entendimento (MoU – Memorandum of Understanding), documento que oficializa a intenção da parceria.
Os executivos que estarão na cidade são da Chalieco (China Aluminum International Engineering Co. Ltd.), empresa de metais subsidiária da Chinalco (Alumínio Corporation of China Ltd.), grupo corporativo que tem o governo da China como acionista majoritário.
Em troca do dinheiro para conclusão das obras, Itabira oferece aos chineses como garantia o que ainda tem a receber dos royalties da mineração. Segundo o prefeito Ronaldo Magalhães, o financiamento e execução dos projetos buscados têm juros muito abaixo dos praticados no Brasil. “A taxa está em torno de 2% ao ano, algo que não é oferecido no país”, destacou.
Projetos
Os três projetos que são alvo do investimento pretendem dar novo horizonte à economia itabirana. A expansão do campus local da Unifei, projetada pelo escritório GPA & A, da capital mineira, eleva os atuais 2.500 alunos para 10 mil na construção de todo o complexo. De acordo com dados da Prefeitura, estudos de impacto financeiro estimam que os gastos da comunidade universitária na cadeia de serviços da cidade saltará de R$ 52 milhões para R$ 260 milhões/ano.
Já o Parque Científico e Tecnológico de Itabira (PCTI) tem terreno disponibilizado, de 380 mil m², a três quilômetros da Unifei. A estrutura contemplará prédios para incubadoras de empresas e módulos tecnológicos, aprimorando a região para atrair novos investimentos (leia mais aqui!).
A planta do terminal de cargas aponta um aeródromo com dois quilômetros de pista e todas as instalações de apoio, tanto para operações de abastecimento e escoamento de produção, quanto para passageiros, objetivo secundário da proposta. A estrutura tem terreno viabilizado a cinco quilômetros da área que receberá o PCTI, sentido à cidade de João Monlevade. Com a ferrovia, a duplicação da BR-381 e o aeroporto, Itabira se tornará referência também no sistema modal.
Aproximação com os chineses
Nos meses de novembro e dezembro do ano passado, Ronaldo Magalhães e assessores participaram de missão técnica à China, viagem acertada após convite e intermediação da Câmara de Comércio e Indústria do país asiático. A equipe visitou Pequim e Changsha, onde se reuniram com os executivos que agora virão a Itabira.