Vice-presidente da Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (Amig), o prefeito de Itabira, Ronaldo Magalhães (PTB), é um dos anfitriões do encontro nacional que a entidade realiza para debater os rumos do setor. Segundo ele, o evento é importante para estreitar uma relação que se tornou mais próxima entre cidades e empresas após a tragédia de Brumadinho, mas pondera: as discussões precisam ser confirmadas.
Para exemplificar sua fala, Ronaldo citou a relação entre Itabira e a Vale. De acordo com o chefe do Executivo, a mineradora tem dialogado mais com o município, algo que não acontecia até o início deste ano. Ele defendeu que essa aproximação é importante, porque é nas cidades que estão os principais problemas da mineração.
“O que a gente tem cobrado das mineradoras, especialmente Vale e Anglo American, é essa relação entre empresas e municípios. As discussões sempre foram muito distantes da realidade. A Vale, por exemplo, nunca foi próxima o necessário de Itabira. E tudo acontece nos municípios: a mineração, as questões ambientais, o recolhimento de Cfem e várias outras coisas que são importantes”, comentou Ronaldo Magalhães, em entrevista à DeFato Online.
“A gente está sentindo que a Vale agora está abrindo essa discussão de forma mais clara. E esse congresso é mais uma oportunidade para aproximar municípios, estado, União e a própria ANM. São assuntos muito importantes e a gente vê que está caminhando. Agora vamos ver no futuro, daqui a um ou dois anos, se vamos confirmar toda essa discussão”, continuou o prefeito de Itabira.
Para Ronaldo, a relação mais próxima entre Itabira e Vale torna-se ainda mais importante por causa do momento que a cidade vive, caminhando para a exaustão de suas minas. O município ainda tem cobrado da mineradora mais transparência nos números da Compensação Financeira por Exploração de Recursos Minerais (Cfem).
“No caos de Itabira, temos muitos interesses nesses eventos e nas discussões com todos os setores da mineração. Temos uma das maiores mineração de Minas Gerais, a mais antiga na mineração de ferro. E temos muitas questões pertinentes a debater, como descomissionamento de barragens e a exaustão da mineração”, finalizou Ronaldo Magalhães.