Reajustes tarifários são temas caros à administração pública. Nesta semana, o diretor-presidente do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Itabira, José Antônio Reis Lopes, foi questionado pelo presidente da Câmara, o vereador Weverton “Vetão” (PSB), sobre a possibilidade de congelar as tarifas de água e esgoto nos próximos anos. José Antônio foi taxativo: sem reajuste, o serviço é comprometido.
“Os preços não param. Sou comerciante, sou testemunha disso. Não tem como falar na possibilidade de a tarifa não aumentar. É uma questão de correção. São investimentos que nós precisamos”, esclareceu. O dirigente da autarquia municipal, que a assumiu há quase dois meses, também contestou a máxima de que Itabira teria uma das contas de água mais caras do estado.
A revisão tarifária do Saae é feita junto à Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (Arsae-MG).
No fim de 2018, as tarifas tiveram reajuste acumulado de 18%. Já no encerramento de 2019, a majoração foi bem mais baixa: 1,45%. Essa última revisão tarifária tem vigência de dois anos.
De acordo com a Arsae, o reajuste médio de 1,45%, inclusive, permitiria que o Saae de Itabira realizasse investimentos anuais da ordem de R$ 5,5 milhões – fato confirmado por José Antônio, que observou o valor ao herdar a gestão da autarquia. A receita proveniente das correções é aplicada, também, ao controle de perdas, às ações de proteção e revitalização de mananciais.
“A nossa receita vem da tarifa. Então, nessa questão do investimento e de cobrir os custos, provavelmente teremos aumento no ano que vem [2022]”, apontou o diretor-presidente do Saae.
O vereador Neidson Freitas (MDB) pontuou que José Antônio foi coerente no esclarecimento. “O que tentaram dizer aqui é que no governo passado houve aumentos demasiados. Você, com a seriedade que tem, mostrou que não há como a instituição não ter reajuste. E vai ter”.