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Saída de Fábio seria desgaste desnecessário para clube e jogador

Fábio Cruzeiro

Foto: Cruzeiro Esporte Clube

Terminou sem um acordo definitivo a primeira reunião para tratar a continuidade do goleiro Fábio no Cruzeiro. No encontro de ontem à noite (5), estiveram, frente a frente, representantes da nova gestão, encabeçada por Ronaldo “Fenômeno”, e o atleta. O desafio é convencer o ídolo celeste, com uma história única na trajetória cruzeirense, a se adequar à nova realidade financeira do clube.

Essa junção de fatores torna a negociação bem delicada, o que causa apreensão em muitos cruzeirenses. No entanto, um desfecho diferente da permanência do arqueiro seria um desgaste bastante desnecessário para ambos os lados.

Cumprindo sua segunda passagem pelo Cruzeiro desde 2005, Fábio está muito próximo dos 1000 jogos com a camisa do clube. Capitão do time, protagoniza uma idolatria rara no futebol brasileiro, embora, vez ou outra, surjam alguns malucos questionando sua jornada na Toca da Raposa. Sair neste momento seria manchar, mesmo que timidamente, uma história que envolve a volta por cima diante do início irregular, alegrias, títulos e, claro, frustrações.

Já o Cruzeiro teria uma enorme dor de cabeça em um processo de transição importantíssimo. Claro que a nova gestão do modelo SAF precisa se preocupar com os rumos financeiros da instituição, mas é preciso entender que esta é uma negociação atípica.

Uma coisa é descartar o zagueiro Ramon por incompatibilidade financeira, outra é perder o atleta que mais vezes vestiu a camisa celeste. Sem falar na possível reposição, que precisaria ser tão segura quanto o atual titular da meta cruzeirense e maduro o suficiente para suportar a responsabilidade de substituir aquele que, para muitos, é o maior goleiro da história do Cruzeiro.

Uma nova reunião será realizada nesta quarta-feira (5), segundo alguns veículos esportivos. Novamente, o torcedor estará roendo as unhas à espera de uma definição. Cabe aos envolvidos encontrar o equilíbrio entre responsabilidade administrativa e afeto, duas coisas indissociáveis do futebol.

Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.

O conteúdo expresso é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.

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