No dia 1º de março de 2020, o Atlético dava início a um projeto ambicioso. Naquela data, o clube anunciava a contratação de Jorge Sampaoli, que acabara de sair do Santos e quase acertou com o Palmeiras. O novo casamento tinha como meta alçar, novamente, o Galo ao patamar das equipes mais poderosas do país. Junto ao treinador, vinha um estilo de jogo ambicioso, calcado no protagonismo dentro ou fora de casa. Porém, o pacote também apresentava contrapontos, e um deles é a necessidade em atender os intermináveis pedidos por reforços do técnico argentino.
Neste sentido, é inegável dizer que a diretoria atleticana, com o apoio dos irmãos Menin, tem feito a sua parte. A grande maioria dos jogadores cobrados pelo inquieto treinador foi contratada, ou, no mínimo, sondada. Mas existe um ponto importante a ser considerado: na opinião do colunista que vos escreve, Sampaoli não tem feito por onde exigir outras peças.
Um clube com o investimento do Atlético, que tem arriscado sua saúde financeira em meio ao baque econômico provocado pela pandemia, deveria estar sendo muito mais dominante no Brasileirão, seu principal alvo. A quatro rodadas do fim da competição, o Galo está a seis pontos do líder Internacional.
Pontuação e posição na tabela à parte, em 11 meses de trabalho a equipe ainda está longe de atingir uma regularidade em suas atuações. Com o mesmo técnico desde o início do Brasileirão e sem precisar dividir atenções com outros torneios – ao contrário de Internacional e Flamengo, seus rivais na luta pelo título – o Atlético tinha a obrigação de exercer um papel melhor no campeonato que não vence desde 1971.
Claro que a constante chegada de novos jogadores dificulta o processo de entrosamento do time, mas não deve ser uma muleta. Pelo nível desta edição do Brasileirão, dava pra fazer mais.
Mas nem mesmo a iminente frustração pela perda do título parece sossegar Jorge Sampaoli. A exigência por reforços continua alta e a diretoria dá mostras de que continuará o atendendo. Mas caso queira seguir recebendo atletas como Hulk, Dodô e, possivelmente, Nacho Fernandez, o ex-técnico das seleções chilena e argentina deverá entregar mais. Ser competitivo já não basta, é necessário ganhar títulos.
Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.
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