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Santa Bárbara: 650 pessoas são demitidas após AngloGold Ashanti suspender as operações em Córrego do Sítio

Foto: Divulgação

A AngloGold Ashanti anunciou a suspensão temporária da produção das minas de Córrego do Sítio (CDS), em Santa Bárbara (MG). Segundo a empresa, a interrupção se deu em função da unidade estar com resultados operacionais negativos e alto custo crescente ao longo dos últimos anos. Em comunicado oficial enviado à DeFato nesta quarta-feira (23), a mineradora confirmou que cerca de 650 empregados tiveram seu contrato de trabalho encerrado. Outros 400 funcionários ficarão em CDS ou serão realocados para outras unidades da empresa.

Segundo a nota da AngloGold Ashanti, ‘‘mesmo após diversos estudos de alternativas, não houve cenário viável para a continuidade da operação neste momento’’. Apenas a produção da unidade está suspensa de forma temporária e todo processo será reavaliado de modo sistemático ao longo dos próximos anos. 

As atividades essenciais de monitoramento de segurança, controle ambiental, manutenção e conservação dos ativos, bem como monitoramento patrimonial, estão mantidas. As estruturas geotécnicas, como barragens e pilhas, continuarão a ser gerenciadas e monitoradas normalmente, conforme a legislação. Além disso, o projeto de descaracterização da Barragem de CDS II será mantido até a sua finalização. A empresa afirmou que todas as estruturas estão seguras e estáveis. 

Sobre as demissões, a empresa disse que ‘‘desligamentos são sempre a última alternativa, por isso, realizou análise de todas as possibilidades de reestruturação e reaproveitamento interno de profissionais’’. A operação no Córrego do Sítio manterá equipes trabalhando para as atividades que serão continuadas e outros empregados estão sendo realocados internamente. No comunicado, a AngloGold Ashanti disse que ‘‘mantém seu compromisso com as obrigações de qualquer natureza, sejam legais, ambientais ou regulatórias.’’

Mesmo com rachadura de 300 metros, Anglo Gold garante que barragem em Santa Bárbara está segura

A Defesa Civil de Santa Bárbara e a mineradora Anglo Gold Ashanti confirmaram no mês de maio o surgimento de uma nova trinca na barragem de CDS II. A trinca tem extensão total de 300 metros e menos de um centímetro de espessura. Esta é a segunda rachadura que surge na estrutura em menos de um ano, já que em outubro de 2022, uma outra fenda – de 70 metros de comprimento e 12 centímetros de espessura – apareceu na barragem. Em nota, a mineradora afirmou que a estrutura não corre risco de rompimento e não está em nenhum nível de alerta. 

A estrutura da barragem comporta 10 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ouro primário, quase a mesma quantidade de resíduos da barragem de Brumadinho, rompida em 2019. A barragem entrou em nível de alerta 1 em outubro de 2022. A  rachadura foi descoberta no meio do mês de maio, onde os funcionários chegaram a ser removidos preventivamente do local. Mas, somente no fim do mês a empresa veio a público manifestar sobre o problema. 

Decisão judicial proibiu o acionamento indevido de sirenes, sob pena de multa

Após quatro acionamentos indevidos das sirenes em Córrego do Sítio – que atingiram diversas comunidades do município -, o Tribunal de Justiça, por pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), deferiu tutela provisória determinando que a Anglogold Ashanti se abstenha de acionar indevidamente o sistema de alerta. 

O acórdão, proferido no dia 17 de maio, estabelece que a empresa deveria se abster, sob pena de multa de R$ 500 mil para cada acionamento irregular.

 

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