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Santa Ruth emite nota de repúdio à LIFA após ter sido excluído da semifinal do Campeonato Amador “Cinquentão”

Foto: Divulgação

Após ser julgado, penalizado e excluído das semifinais da categoria “Cinquentão”, o Santa Ruth divulgou uma nota de repúdio à Liga Itabirana de Futebol Amador (LIFA), entidade organizadora do torneio. A manifestação foi divulgada na noite desta terça-feira (20), em carta encaminhada à imprensa, redigida pelo presidente do clube, Ronaldo das Mercês Fernandes.

Além de se manifestar de forma contrária ao resultado e as penalidades aplicadas no julgamento que lhe causou a eliminação do certame, o clube afirma que existe “incompetência” por parte da Liga e relembra que não houve punição aplicada para casos recentes de violência.   “Pela incapacidade técnica da LIFA, o Santa Ruth Esporte Clube exige uma atenção especial ao Departamento Técnico, responsável pela desorganização contumaz e, que, como de conhecimento dos clubes, tem trazido sérios prejuízos ao futebol amador de Itabira. Queremos um futebol profissional. De amador, basta o nome”, diz parte do texto.

Relembre o julgamento 

Na última quarta-feira (17), o Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) julgou dois casos relacionados a partida Santa Ruth x River, disputada em 13 de julho. Os dois times estavam sendo acusados de ter escalado dois atletas de maneira irregular: José João da Silva Ferreira, do Santa Ruth, e Reginaldo Duarte, o “Téo”, do River. De acordo com a denúncia, os mesmos deveriam ter cumprido suspensão por indisciplina, após um jogo disputado em 2023.

No julgamento, Santa Ruth e River foram punidos pelos artigos 191 e 214 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD): “deixar de cumprir ou dificultar o cumprimento das obrigações previstas nos incisos I, II e III” e “incluir na equipe atleta em situação irregular”. Com a decisão tomada na sede da Liga Itabirana de Futebol Amador, o Santa Ruth acabou perdendo a vaga que havia conquistado para as semifinais da categoria “Cinquentão”.

A defesa de ambos os lados tentou argumentar que o prazo para apresentação da denúncia feita pelo Santa Maria Esporte Clube já havia se encerrado. Além disso, os clubes alegaram que a LIFA não informou de maneira correta sobre a punição dos jogadores (que haviam sido condenados a 12 jogos de suspensão) e, portanto, eles não sabiam do impedimento para a escalação – já que novo sistema implantado pela LIFA não informou os atletas estariam impedidos e que os dois acusados estavam liberados pelo Boletim Informativo Diário (BID). 

Apesar das tentativas de defesa, o tribunal não acatou os argumentos e definiu a perda de quatro pontos para os dois times. A perda dos tentos causou a eliminação do Santa Ruth, dando vaga para o SMEC, time autor da denúncia. 

Confira a nota do Santa Ruth na íntegra

“O Santa Ruth Esporte Clube repudia a forma como vem sendo conduzido o Departamento Técnico da Liga Itabirana de Futebol Amador – LIFA, nos últimos anos. Justificamos essa nota pelos relatos a seguir. 

O Amador de 2022 foi marcado pela incompetência quando tivemos diversos jogadores impedidos de atuar por não apresentarem credenciais no momento do jogo. Salientamos que a LIFA fornece as credenciais, portanto, como apresentar algo que não foi fornecido? Este absurdo foi duramente criticado pelos clubes e providências, como apresentar um documento de identidade, foram tomadas rodadas depois, com o campeonato em andamento. 

A falta de nomeação de Tribunal de Justiça Desportiva, ainda em 2022 fez com que nosso técnico da categoria Principal, não pudesse sequer entrar em campo, o que interferiu claramente no rendimento dos atletas. 

Em 2023 não houve – e ainda não há – resolução sobre a invasão de torcidas no estádio do Grêmio, durante a final do jogo River x Santa Maria, (Sub-20) colocando em risco vidas, inclusive de crianças. Um absurdo, sem nenhuma punição, sem nenhuma providência pela instituição. 

Recentemente, o Santa Ruth foi excluído das semifinais da Categoria Cinquentão, sob a alegação de inscrição de atleta “suspenso”. O Santa Ruth esclarece que não recebeu nenhuma comunicação da LIFA sobre a suspensão do atleta, e que à época não fazia parte de seu quadro de atletas. A LIFA permitiu o atleta jogar, conforme súmulas emitidas pela própria LIFA, assinadas pelo atleta e obviamente, a Liga teve conhecimento de sua inscrição. Questionamos: 

  • A LIFA tem controle dos jogadores suspensos? Se tem, porque permitiu a inscrição?
  • Porque inseriu o nome do jogador na súmula para o primeiro jogo?
  • Porque liberou o jogador para disputar o primeiro jogo? 
  • Insistimos, a LIFA tem controle de quem está suspenso/proibido de participar dos jogos? Se sim, porque permitiu a inscrição do jogador para o segundo jogo? 
  • Porque liberou o jogador para disputar o segundo jogo? 
  • Se não fosse a “denúncia”, intempestiva, ou seja, fora do prazo, de um clube de outra cidade, o jogador continuaria jogando? 
  • A LIFA não possui agenda de reuniões, essa desorganização impossibilita acompanhar as ações desta instituição. Como saber se algum jogador recebeu penalidade já que não somos comunicados? 

Diversos casos de incompetência da coordenação técnica têm sido alvo de reclamações dos clubes inscritos na LIFA, mas estranhamente insistem em manter, com honorários pagos pela instituição, tamanho absurdo. Pela incapacidade técnica da LIFA, o Santa Ruth Esporte Clube exige uma atenção especial ao Departamento Técnico, responsável pela desorganização contumaz e, que, como de conhecimento dos clubes, tem trazido sérios prejuízos ao futebol amador de Itabira. Queremos um futebol profissional. De amador, basta o nome.

O que diz a LIFA?

A DeFato procurou a LIFA para obter um posicionamento oficial, que foi respondido pelo diretor Silvio Andrade. Silvio parabenizou o Santa Ruth pelo envio da nota, afirmou que a Liga Amadora está à disposição dos clubes e pronta para dar mais esclarecimentos. 

O diretor também informou que a entidade realizou uma reunião com todos os clubes, onde foi lido e discutido o posicionamento do clube – mas não havia nenhum representante do Santa Ruth “para poder ouvir o que a gente iria rebater com relação a essa nota de repúdio”, disse.  

“A gente não vai repudiar o ato lícito de qualquer equipe que quiser fazer um repúdio, uma reclamação. Então, nós entendemos o lado do dirigente”, finalizou Silvio Andrade.

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