Acusado de utilizar uma ligação clandestina de energia – o famoso “gato” – em sua residência, na comunidade do Morro Queimado, o vereador santa-mariense Vicente Umberto (PL), o “Vicente do Morro Queimado”, respondeu aos questionamentos feitos pela DeFato. O posicionamento do parlamentar surgiu uma semana após a publicação da reportagem sobre o caso.
Em três áudios bastante agressivos, o parlamentar faz uma série de ataques ao portal e também à Cemig (Companhia Elétrica de Minas Gerais), que identificou a irregularidade na residência do vereador há nove dias. No entanto, Vicente Umberto em nenhum momento nega ter cometido o crime. Pelo contrário, ele ainda afirma que, caso tenha o feito, “não era da nossa conta”.
“A Cemig deixa faltar luz quase todo dia tem pico de energia aí. E se eu cometi algum crime, não é da sua conta, mas se for da sua conta, manda me processar”, disse o vereador, de forma bem exaltada.
Vicente do Morro Queimado foi o sétimo vereador mais votado de Santa Maria nas últimas eleições municipais, com 165 votos. De acordo com relatos recebidos pela reportagem, sua residência está localizada no km 421 da MGC-120, a sete quilômetros do centro da cidade. De forma extra-oficial, um funcionário da Cemig explicou à DeFato que, em 2021, a própria Companhia identificou que o padrão de energia da casa estava sob risco e o desligou, além de retirar o relógio medidor. Logo após, a empresa orientou Vicente Umberto a instalar o padrão de energia em outro local.
No entanto, o parlamentar não só teria deixado de seguir a ordem, como também recorreu à ligação clandestina, obtendo a energia “direto do pingadouro”. Vale ressaltar que a ação é considerada crime de furto, cuja pena pode chegar a quatro anos de reclusão ou pagamento de multa.